Transformação Digital é o assunto do momento quando falamos de tecnologia. Afinal, essa é uma questão que nos afeta até mesmo no dia a dia. Mas, e quando esse assunto está ligado ao empreendedorismo? Quais são as barreiras e desafios? E, principalmente, quais conquistas são possíveis de alcançar na área para que você não tenha medo de empreender?
Essas e outras questões foram o tema do bate-papo do The Walking Tech com Valter Lima, CEO da Connectcom Teleinformatica. Na conversa, ele conta um pouco da história da companhia, e conta como o empreendedorismo traz frutos quando há coragem.
Valter, que trabalhou como bancário e a partir daí resolveu empreender fundando a Connectcom, contou um pouco da trajetória da empresa, desde a sua fundação em 1994, quando ainda tinha um DNA bastante focado no outsourcing (um dos carros-chefe da organização).
Valter Lima explica que a Connectcom teve que se adaptar às diversas mudanças tecnológicas que ocorreram nesses quase 30 anos, o que representou um grande desafio para uma empresa que começou quando TI era algo bem diferente. Porém, Valter também destaca a importância dessa flexibilidade e adaptação ao mercado de tecnologia. “Uma empresa que presta serviço de tecnologia precisa estar sempre se reinventando, para ajudar outras empresas a se reinventarem”, ele diz. O entrevistado também afirma que essa adaptação levou ao que ele chama de “oferta digital” que a Connectcom oferece.
Ele também foi perguntado sobre os diversos desafios para empreender em um país que se mostra tão instável politicamente e economicamente como o Brasil. Ele lembra de uma frase usada por um dos fundadores do LinkedIn para ilustrar essa situação: “empreender é você se jogar de um precipício e construir um avião durante a queda”. E acrescenta que esses desafios são válidos, para que a empresa se fortaleça e amadureça no sentido de governança, definição de portfólio e uma melhor concepção do que é o mercado.
Aliás, sobre o posicionamento de mercado, Valter relembra o conceito de oferta digital – isso é, um pacote fechado de diversos serviços que ajude os clientes da empresa a alcançar a transformação digital. Ele também relembra que alguns serviços que sempre foram a sustentação da companhia, como o service desk e o suporte funcional, também fazem parte desse posicionamento.
Para que a empresa alcançasse uma expansão desse nível (incluindo duas aquisições feitas no ano passado), Valter Lima não deixa de ressaltar a importância de um bom planejamento. Segundo ele, “planejar é criar o futuro”. Para o planejamento da Connectcom dar certo, ele valorizou o uso de OKRs (Objectives and Key Results), que tornaram possíveis a mensuração dos resultados obtidos a partir do planejamento feito pela companhia. Outro ponto importante, para ele, foi planejar em curto e médio prazo.
Ainda sobre esse tópico, ele também reflete sobre como algumas startups e empresas de inovação falham nesse sentido, e dá a dica: “uma boa ideia representa apenas 10% do sucesso. Se não houver planejamento, uma equipe competente e um pouco de investimento, esse sucesso se torna difícil”.
Valter valorizou as recentes aquisições da Connectcom – como no caso da compra da Interaktiv, especialista no desenvolvimento de projetos ágeis e soluções digitais, além de atuar na área de Healthcare – e como elas ocorreram mesmo em meio à crise da COVID-19. Para ele, essa aquisição foi muito importante pois abriu as portas do setor de cuidados médicos para a empresa, e com isso, foi possível ajudar as pessoas em um momento tão importante e delicado.
E quais as perspectivas futuras para o outsourcing? Ele diz que esses serviços prestados, pela necessidade de se transformar digitalmente, vão muito além de simplesmente implementar tecnologia: “as pessoas estão ávidas por mudança, mas nem sabem como fazer isso. Você precisa introduzir um pouco de conhecimento e experiência, e no outsourcing isso vem se destacando bastante”.
Com a consolidação de uma cultura bem estabelecida, a Connectcom cresceu e evoluiu, ao ponto de fazer parte da lista “Great Place To Work” no ano passado. Valter conta quais os reais benefícios disso: “Eu acredito que a vantagem não é o que vem depois (de uma certificação como o GPTW), mas antes. Se você ganhar esse selo, é porque já fez muita coisa”.
Para Valter Lima, a comprovação externa por meio da conquista do selo GPTW é importantíssima, pois demonstra que as empresas trabalham com os seus colaboradores. Além disso, o rico feedback da consultoria que elabora o GPTW já é um motivo forte o bastante para correr atrás desse selo.
Valter também fala um pouco das expectativas de crescimento para a Connectcom, especialmente analisando a situação econômica do país atualmente. Ele acredita que as metas serão batidas de qualquer forma, mas que ao mesmo tempo, é um pouco triste ter esse crescimento enquanto a pandemia ainda assola o país. Por outro lado, o entrevistado afirma que a digitalização impulsionada pelo período trará muitos benefícios, e também torce para que o próprio Brasil tenha uma situação mais promissora no fim do ano, com as pessoas sendo vacinadas.
Por fim, Valter dá um recado para quem quer ter o próprio negócio: “não tenha medo de empreender. A dificuldade é grande, mas a experiência é única!”.
Ouça a entrevista na íntegra! Já disponível nas principais plataformas de streaming.
Por Adriano Martins Antonio
A BRQ é uma das patrocinadoras do podcast The Walking Tech.