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Em 30 de novembro de 2022 o mundo se viu diante de uma ferramenta que seria assunto ao longo de todo o ano seguinte: o ChatGPT, que completa 1 ano de celebração, dúvidas, temores e possibilidades.

A ferramenta faz uso de Inteligência Artificial (IA) para gerar textos a partir de comandos ou perguntas e desencadeou uma nova fase na relação entre a sociedade e este tipo de tecnologia.

Não por acaso, o ChatGPT atingiu 100 milhões de usuários ativos ainda em março, apenas 3 meses após seu lançamento, e atualmente conta com cerca de 2 milhões de desenvolvedores trabalhando em sua API.

Ele também foi alvo de leis e de movimentações e manifestações de grandes empresários do ramo da tecnologia. Com isso, tornou-se um dos protagonistas de 2023.

ChatGPT: uma breve história

O ChatGPT pertence à OpenAI, uma empresa de pesquisa em Inteligência Artificial que foi fundada em dezembro de 2015 com o objetivo de desenvolver e promover inteligências amigáveis e seguras.

A organização foi criada por uma equipe notável de empreendedores e pesquisadores, incluindo Elon Musk, Sam Altman, Greg Brockman e outros. Ao longo dos anos, desenvolveu uma série de ferramentas, sendo que o ChatGPT se tornou uma de suas estrelas.

De acordo com a empresa, a motivação por trás da fundação da OpenAI residia na compreensão de que o desenvolvimento rápido da Inteligência Artificial poderia ter implicações profundas na sociedade.

Assim, assumiu a missão de garantir que os benefícios da IA fossem compartilhados de forma ampla. O primeiro passo para isso aconteceu há um ano, quando o ChatGPT foi colocado à disposição do público no mundo todo.

Modelo GPT (Generative Pre-trained Transformer)

O modelo GPT é o grande motor de inovação da OpenAI. A sigla significa Generative Pre-trained Transformer, algo como “Transformador pré-treinado generativo”. Treinado de forma prévia em uma ampla gama de dados, é capaz de gerar texto coerente e contextualmente relevante, tornando-se um marco na geração de linguagem natural.

O ChatGPT, então, corresponde a um produto derivado do modelo GPT. Ele foi projetado para interações a partir de conversação dentro de um chat.

A ferramenta foi lançada para aprimorar as capacidades de chatbots, de modo a proporcionar respostas mais contextuais, naturais e completas. Para isso, desde o seu lançamento inicial, o ChatGPT passou por várias iterações e melhorias com o objetivo de refinar sua capacidade de compreensão de contexto e resposta.

Sam Altman, em apresentação do Keynote de Abertura da primeira Conferência de Desenvolvedores da Open AI, em 2023.

Do lançamento até aqui

O lançamento do ChatGPT para o público se deu após uma série de testes e versões. A primeira delas, de 2018, correspondia à GPT-1, que funcionava a partir da supervisão humana e com a inserção manual de algoritmos e fontes.

A segunda versão, GPT-2, é de 2019, quando ocorreu a implementação de parâmetros que dispensavam a supervisão humana e garantiam maior poder de processamento. Em 2020 chegou a vez do GPT-3, que demonstrou capacidade para textos mais complexos.

Tudo isso culminou no GPT 3.5, que foi justamente a versão que chegou ao público há um ano e que significou uma verdadeira revolução no que se refere à relação da sociedade com a IA.

As atualizações incluíram melhorias na compreensão de comandos complexos, a capacidade de fornecer respostas mais informativas e ajustes contínuos para lidar com desafios específicos, como evitar respostas inadequadas ou indesejadas.

Desde o lançamento do ChatGPT a base do modelo 3.5, a ferramenta segue passando por melhorias contínuas. Atualmente na versão GPT-4, o chat é capaz de navegar pela web, analisar documentos e gerar imagens por meio de outro modelo da Open AI, o DALL-E, diretamente nas conversas.

O boom da IA Generativa: os desafios e o que aprendemos com eles

É impossível negar que a disponibilização do ChatGPT para o público em geral foi o pontapé para que a sociedade, em geral, passasse a discutir a IA e seus efeitos de maneira mais enfática.

Depois do lançamento da ferramenta se seguiram questionamentos sobre o alcance das ferramentas de IA. Igualmente, sobre a necessidade de regularização pelos governos quanto ao seu uso.

O tema também foi alvo de críticas, associando seu uso para ao extermínio de empregos e até mesmo da própria sociedade. Direitos autorais, plágio e educação também estiveram no centro das conversas que se seguiram à popularização da ferramenta.

Isso sem se falar na disponibilização de uma série de outras ferramentas que fazem uso de IA e que, agora, estão ao alcance do público. Portanto, o impacto do ChatGPT vai muito além das possibilidades de seu uso na tecnologia; trata-se de uma transformação social.

Desafios do ChatGPT no seu primeiro ano

Os desafios e resistências ao ChatGPT não foram poucos no período que sucedeu seu lançamento para o público.

Como qualquer outra tecnologia nova, ele suscitou inúmeras dúvidas, bem como temores quanto ao impacto que teria sobre a sociedade. Aprendizado, empregos e ética foram alguns dos temas envolvidos.

Em relação aos empregos, os questionamentos envolviam a possível substituição de humanos na realização de atividades. Na educação, o tema pendeu para questões de ética, plágio e do próprio esforço dos estudantes em prol do seu aprendizado.

Os próprios profissionais da tecnologia apresentaram dúvidas em relação aos benefícios que a ferramenta traria à sociedade. Uma carta aberta contou com mais de 33 mil signatários, dentre eles expoentes como o cofundador da Apple, Steve Wozniak e o próprio CEO da OpenAI, Sam Altman.

Nela, alertaram sobre os riscos do uso da IA Generativa sem a devida fiscalização e recomendaram a pausa no desenvolvimento de ferramentas do tipo. A isto se seguiu um movimento legislativo, tal como se viu na União Europeia, que criou a Lei da IA.

Além disso, questões em relação ao possível mau uso dessas ferramentas também foram levantadas. Elas diziam respeito à possibilidade de utilização delas por criminosos e por estados mal-intencionados.

Enquanto a parte legislativa anda a passos curtos, de modo que nenhuma lei federal sobre o seu uso surgiu no mundo todo, um ano após o lançamento do ChatGPT, ainda existem desafios relacionados à segurança e à ética de seu uso.

Para as empresas permanecem dúvidas sobre como é possível utilizar a ferramenta de modo seguro a não ficar para trás na corrida tecnológica. Isso acompanha as dificuldades de determinação quanto ao retorno sobre o investimento (ROI) em sua adoção.

Superando desafios: aprendizados com o ChatGPT

Do mesmo modo como surgiram inúmeros questionamentos, também se apresentaram respostas, aprendizados e novas interpretações do impacto que o ChatGPT pode ter na sociedade.

Por exemplo, no que se refere à possível perda de empregos, especialistas apontam não para uma vilania da ferramenta contra os trabalhadores, mas pelos benefícios que ela pode trazer a tarefas cotidianas, burocráticas e que tomam indevidamente o tempo de trabalho.

Neste sentido, o ChatGPT e outras ferramentas de IA Generativa seriam um apoio aos estudantes e aos trabalhadores, que podem ter à disposição informações mais completas, bem como um auxílio para o alcance de melhores resultados.

Por exemplo, a ferramenta hoje é capaz de reescrever e-mails para encontrar um tom mais adequado. Ao mesmo tempo, se mostra um apoio para a análise de trabalhos e para suas possíveis melhorias.

Novidades que acompanharam o ChatGPT

Embora a OpenAI tenha dado o tiro de largada na corrida pela disponibilização de IA Generativa para o público, ela não permaneceu sozinha neste mercado. Na verdade, ela impulsionou diversas outras iniciativas.

Além de concorrentes dentre do próprio nicho de chatbots, como o Google Bard e o Anthropic Claude, existem diversas ferramentas de IA que foram impulsionadas pela popularização do conceito.

Para citar algumas, o Midjourney se tornou referência na geração de imagens, seguido pelo já citado modelo DALL-E, da Open AI. Ainda no design, a Adobe lançou seu serviço Firefly, capaz de otimizar as mais diversas ações de criação de imagens por meio da IA.

O interesse pelo ChatGPT também impulsionou o uso empresarial de Machine Learning (ML) para otimização de tarefas como processar documentos, extração e categorização de dados, geração de insights e outras tarefas cotidianas. Bem como a conexão desse tipo de operação com a IA Generativa.

É o caso, por exemplo, do Einstein GPT da Salesforce, que é capaz de utilizar as informações já presentes nos serviços da empresa, como o CRM, para criar conteúdo personalizado para cada caso de uso.

Assim, grandes empresas do mercado apresentaram suas soluções para o mundo corporativo, como o Microsoft Azure AI, Google Vertex AI e AWS Bedrock, dentre outros conjuntos de serviços de IA oferecidos como parte de plataformas de nuvem.

Dentre estes serviços estão APIs para visão computacional, reconhecimento de fala, tradução automática e análise de sentimentos. A eles se somam ferramentas e estruturas de ML para treinamento e implantação de modelos personalizados.

Além disso, a própria área de desenvolvimento de aplicações tem visto grande impacto da IA Generativa, com diversas ferramentas que agilizam e auxiliam o desenvolvimento de aplicações, como os assistentes de código.

O que esperar do futuro?

Neste um ano de lançamento do ChatGPT para o público, ele já superou uma série de desafios, enquanto outros ainda se mantêm, especialmente em relação ao uso ético, à segurança oferecida e à determinação do retorno sobre o investimento.

Contudo, uma coisa é certa: a IA Generativa veio para ficar. Isso, por si só, abre um leque de expectativas que podem, em breve, se concretizar, enquanto outras já dão sinais de realização.

O rápido avanço da IA Generativa se evidencia diariamente. Olhe por exemplo, para sua integração em ferramentas de busca como o Bing com Chat, ao Google Bard e ao Google Search Generative Experience.

O avanço dos chatbots também já é evidente, com um melhor entendimento pelas ferramentas em relação aos comandos e dúvidas do público. Essa é uma tendência que deve ser contínua; quanto maior o seu uso e mais informações ficam à sua disposição, mais pontuais e assertivos esses serviços se mostram.

Todas essas frentes fazem com que a IA Generativa se faça cada vez mais presente no dia a dia da população, seja no meio pessoal ou empresarial, tornando-se realmente acessível e útil em diferentes rotinas.

Quer saber mais sobre a IA Generativa e a transformação que ela está promovendo no mundo? Então conheça nosso estudo sobre o tema.

INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL

GENERATIVA

E SEU IMPACTO NOS NEGÓCIOS

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  • Redação BRQ

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