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Você sabe o que é acessibilidade digital? Entenda a importância de oferecer ferramentas digitais acessíveis 

Mais de um bilhão de pessoas em todo o mundo possuem algum tipo de deficiência. Para garantir que todas tenham acessos a produtos e serviços na internet com mais facilidade, é essencial investir em acessibilidade digital, criando ferramentas eficazes para que esse público não seja excluído do universo digital.  

O que é acessibilidade digital? 

O termo acessibilidade digital refere-se à prática de tornar produtos, serviços, conteúdos e tecnologias digitais acessíveis e utilizáveis por todas as pessoas, incluindo aquelas com deficiências ou limitações funcionais. Isso envolve o desenvolvimento de plataformas digitais eficientes para que todos possam interagir, consumir informações e realizar tarefas de forma eficaz, independentemente de suas habilidades físicas, sensoriais ou cognitivas. 

Vale lembrar que a acessibilidade digital não se limita apenas a pessoas com deficiências permanentes, mas engloba pessoas com deficiências temporárias, mobilidade reduzida, idosos e qualquer outra pessoa que possa enfrentar barreiras ao utilizar tecnologias digitais. O objetivo é promover a inclusão e a igualdade de acesso, permitindo que todos desfrutem dos benefícios oferecidos pelo mundo digital. 

Isso envolve a implementação de práticas e diretrizes de design inclusivo, como a criação de interfaces intuitivas, com a escolha de cores adequadas e alternativas textuais para imagens, legendas em vídeos, adaptação para leitores de tela, entre outros.  

A acessibilidade digital também abrange a adequação de dispositivos e softwares para acomodar diferentes necessidades, como teclados alternativos, comandos de voz e outras tecnologias assistivas (TA). 

Em última análise, a acessibilidade digital é essencial para garantir que a evolução digital beneficie a todos, independentemente de suas capacidades, construindo uma sociedade mais inclusiva e equitativa no ambiente on-line. 

Os princípios da acessibilidade digital 

Os princípios da acessibilidade digital, conhecidos como os “Princípios POB” ou “POUR”, são diretrizes fundamentais que orientam o design e o desenvolvimento de produtos, serviços e conteúdos digitais acessíveis. Esses princípios visam garantir que as pessoas com deficiência ou limitações funcionais possam interagir com as tecnologias. Os três princípios são: 

Compreensível  

Esse princípio se concentra em tornar a informação e os componentes da interface apresentáveis aos sentidos dos usuários. Isso envolve garantir que o conteúdo seja perceptível por pessoas com diferentes habilidades sensoriais. Alguns aspectos relacionados a este princípio incluem: 

  • Alternativas textuais: fornecer descrições alternativas para imagens, gráficos e elementos não textuais para que os usuários com limitações visuais compreendam o contexto. 
  • Legendas e transcrições: incluir legendas em vídeos para pessoas com deficiência auditiva e transcrições para facilitar a compreensão do conteúdo. 
  • Contraste adequado: usar combinações de cores com contraste suficiente para que o texto e os elementos visuais sejam legíveis para todos. 
  • Adaptação de tamanho de texto: permitir que os usuários aumentem ou diminuam o tamanho do texto conforme necessário. 

Operável 

Esse princípio diz respeito à facilidade com que os usuários podem interagir com os elementos interativos da interface. O conceito visa garantir que todas as pessoas, independentemente de suas habilidades motoras ou cognitivas, possam navegar e operar os sistemas digitais. Alguns fatores relacionados são: 

  • Navegabilidade: garantir que a navegação seja intuitiva e previsível, permitindo que os usuários transitem facilmente pelo conteúdo. 
  • Tempo suficiente: dar aos usuários tempo suficiente para ler e interagir com o conteúdo sem imposições de limite de tempo. 
  • Teclado acessível: certificar-se de que todas as funcionalidades possam ser acessadas usando apenas um teclado, para acomodar pessoas com deficiências motoras. 

Robusto 

Este princípio consiste em manter as tecnologias digitais eficazes e funcionais em diferentes plataformas, navegadores e dispositivos, buscando garantir que os conteúdos digitais sejam duráveis e consistentes em diferentes contextos tecnológicos ao longo do tempo. O conceito inclui pontos como: 

  • Compatibilidade: assegurar que os produtos digitais funcionem em diversos ambientes, incluindo diferentes navegadores, sistemas operacionais e dispositivos. 
  • Tecnologias atuais e futuras: utilizar padrões e tecnologias da web que estejam atualizados e que tenham potencial para serem suportados em tecnologias futuras. 

Vale reforçar que esses princípios são fundamentais para garantir a criação de experiências digitais inclusivas, permitindo que qualquer pessoa possa utilizar e interagir com os recursos digitais de forma eficaz. 

Entendendo as tecnologias assistivas  

As tecnologias assistivas são ferramentas, dispositivos, softwares e equipamentos projetados para ajudar pessoas com deficiências a superar barreiras e realizar atividades que de outra forma seriam desafiadoras ou impossíveis. Essas tecnologias visam promover a independência, a inclusão e a qualidade de vida para indivíduos com diferentes tipos de limitações funcionais. Aqui estão alguns exemplos de tecnologias assistivas: 

Leitores de tela: são programas de software que convertem o conteúdo exibido na tela de um dispositivo em texto sintetizado ou em áudio. Essa tecnologia é essencial para pessoas com deficiência visual, permitindo-lhes acessar informações em computadores, smartphones e outros dispositivos. 

Ampliadores de tela: são ferramentas que aumentam o tamanho do conteúdo exibido na tela, facilitando a leitura para pessoas com visão reduzida ou baixa acuidade visual. 

Dispositivos de comunicação alternativa e aumentativa (CAA): são usados por pessoas que têm dificuldades de fala. Esses dispositivos incluem sistemas de comunicação por símbolos, pranchas de comunicação, softwares de fala por computador e aplicativos de comunicação. 

Dispositivos de controle de acesso: permitem que pessoas com mobilidade limitada controlem dispositivos eletrônicos usando métodos alternativos, como controles de joystick, dispositivos de rastreamento ocular ou comandos de voz. 

Tecnologias de reconhecimento de voz: são usadas por pessoas que têm dificuldade de digitar devido a deficiências motoras. Essas tecnologias convertem a fala em texto ou executam comandos de voz. 

Próteses e órteses avançadas: incluem membros protéticos controlados por computador, que permitem aos usuários realizar movimentos complexos, além de órteses motorizadas que auxiliam na movimentação de articulações comprometidas. 

Tecnologias para deficiências auditivas: existem alguns dispositivos auditivos, implantes cocleares e sistemas de alerta visual que auxiliam pessoas com deficiência auditiva a se comunicar e interagir. 

Sistemas de navegação assistida: utilizam tecnologia GPS e informações de localização para ajudar pessoas com deficiência visual a se deslocarem com mais segurança, fornecendo indicações verbais e táteis. 

Softwares de previsão de texto e correção automática: auxiliam pessoas com dificuldades de escrita e deficiências cognitivas, oferecendo sugestões de palavras e correções automáticas enquanto digitam. 

Tecnologias de acessibilidade web: recursos como legendas em vídeos, alternativas textuais para imagens e designs responsivos que se adaptam a diferentes dispositivos e tamanhos de tela. 

É importante ressaltar que as tecnologias assistivas são altamente personalizadas, adaptando-se às necessidades específicas de cada indivíduo. Além disso, estão em constante evolução, aproveitando os avanços tecnológicos para oferecer soluções cada vez mais eficazes e inclusivas. 

Dicas para criar um projeto mais inclusivo 

Algumas dicas são fundamentais para criar projetos digitais mais inclusivos que atendam a todos os usuários, incluindo aqueles com deficiências ou limitações funcionais: 

Destaque o conteúdo: certifique-se de que o conteúdo mais importante e relevante esteja bem destacado na interface. Isso ajuda os usuários a identificarem rapidamente as informações essenciais, o que facilita a navegação. 

Não dependa de cores para passar informações: evite transmitir informações críticas apenas por meio de cores, pois as pessoas com deficiência visual ou daltonismo podem ter dificuldades em perceber as nuances e diferenças de tons.  

Crie diferentes opções de navegação: ofereça maneiras variadas de navegar pelo conteúdo, como menus de navegação, barras de pesquisa e links internos. Isso ajuda os usuários a encontrar o que procuram, independentemente de suas habilidades de navegação. 

Desenvolva pensando na compatibilidade: certifique-se de que o seu projeto funciona bem em uma variedade de dispositivos, navegadores e plataformas. Isso inclui dispositivos móveis, desktops, leitores de tela e tecnologias assistivas. 

Estruture os textos de forma acessível: use títulos, subtítulos e parágrafos para organizar o conteúdo de maneira clara. Use uma fonte legível e um tamanho de texto ajustável para acomodar diferentes preferências e necessidades de leitura. 

Forneça alternativas textuais para imagens: sempre inclua descrições alternativas para imagens, gráficos e elementos visuais. Isso é essencial para pessoas com deficiência visual que usam leitores de tela. 

Crie uma experiência de usuário intuitiva: priorize a simplicidade e a clareza na interface. Facilite a navegação, evite jargões complicados e forneça instruções claras para todas as ações. 

Bônus: dicas para websites  

Além de todas as dicas citadas acima para a criação de projetos inclusivos, algumas ferramentas mais específicas são essenciais para o desenvolvimento de websites inclusivos: 

Utilize HTML semântico e bem estruturado: ao usar as tags HTML de forma semântica, você está ajudando a criar uma estrutura clara e significativa para o conteúdo. Isso beneficia especialmente os usuários de leitores de tela, permitindo que eles compreendam a hierarquia e o propósito dos elementos na página. 

Use o atributo ALT em imagens: o atributo “ALT” fornece uma descrição textual para imagens. Isso é essencial para pessoas que usam leitores de tela, pois permite que elas entendam o conteúdo das imagens que não podem ver. 

Não tire o zoom do usuário: evite definir tamanhos fixos de fonte ou layout que impeçam o usuário de aumentar ou diminuir o zoom da página. Isso é especialmente importante para pessoas com deficiência visual que precisam ajustar o tamanho do texto para a leitura. 

Fique atento ao tabindex e permita pular menus: o atributo “tabindex” determina a ordem em que os elementos são acessados usando a tecla Tab. Certifique-se de que a ordem seja lógica e consistente. Além disso, permita que os usuários pulem diretamente para o conteúdo principal, ignorando menus repetitivos, usando técnicas como “skip links”. 

Use legendas nos vídeos: adicione legendas a todos os vídeos para torná-los acessíveis para pessoas com deficiência auditiva. Isso permite que elas compreendam o conteúdo por meio do texto, mesmo que não possam ouvir o áudio. 

Garanta contraste adequado: escolha combinações de cores que ofereçam contraste suficiente entre o texto e o fundo. Isso melhora a legibilidade para todas as pessoas, incluindo aquelas com visão reduzida. 

Ofereça alternativas para mídia não textual: além das legendas para vídeos, ofereça descrições de áudio das imagens para pessoas com deficiência visual. Isso permite que elas entendam os elementos presentes em seu conteúdo. 

Desenvolva acessibilidade desde o início: incluir a acessibilidade desde o início do processo de desenvolvimento é mais eficiente do que tentar corrigir problemas depois. Isso também ajuda a incorporar a acessibilidade como parte natural do processo criativo. 

Lembrando que criar um projeto mais inclusivo, inclusive em um website, não é apenas uma obrigação ética, mas uma estratégia inteligente, pois amplia o alcance do público e melhora a experiência de todos os usuários. Vamos nessa? 

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