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Camada de integração e inteligência conecta dados distribuídos, acelera análises e fortalece a governança

A complexidade das arquiteturas de dados aumentou. Entre ambientes on-premises, nuvens públicas, privadas e híbridas, o que antes era centralizado se tornou distribuído. Nesse cenário, o desafio de integrar, governar e explorar dados eficientemente cresceu e levou ao surgimento do Data Fabric.

Essa abordagem consegue conectar informações, algo que é buscado por inúmeras equipes e empresas. Continue a leitura e saiba mais sobre ela, suas aplicações e benefícios!

O que é Data Fabric?

Data Fabric é uma abordagem arquitetural que busca conectar dados de forma inteligente, segura e fluida, mesmo quando estão espalhados por diferentes ambientes, plataformas ou sistemas. 

Esse modelo dá acesso unificado aos dados sem a necessidade de movê-los fisicamente para um único repositório. Isso significa que os dados podem ser aproveitados em tempo real, independentemente da sua origem ou estrutura, sem comprometer segurança, conformidade ou performance.

O conceito evoluiu a partir da necessidade de lidar com ambientes cada vez mais distribuídos, ganhando corpo conforme as empresas perceberam que centralização nem sempre é sinônimo de eficiência. 

Em vez disso, o foco passou a ser oferecer visibilidade, controle e acesso ágil aos dados, onde quer que eles estejam.

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Diferença entre Data Fabric, Data Lake e Data Mesh

O Data Lake propõe consolidar dados em um grande repositório bruto. Já o Data Mesh defende a descentralização, com domínio de dados pelas áreas de negócio. 

Por sua vez, o Data Fabric não compete com esses modelos. Ele pode coexistir com ambos, oferecendo uma malha de conectividade que facilita sua operação conjunta. Assim, funciona como uma infraestrutura invisível que conecta todos os elementos.

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Principais componentes de uma arquitetura Data Fabric

O Data Fabric é composto por uma série de componentes, entre os quais se destacam:

  • Camada de integração de dados: base que permite que diferentes fontes, com formatos variados e localizações diversas, sejam conectadas e lidas unificadamente. Costuma incluir conectores, APIs e mecanismos de virtualização de dados. Nela, ocorrem as trocas entre sistemas de CRM, ERPs, bases legadas e outras ferramentas;
  • Catálogo e metadados inteligentes: responsáveis por tornar os dados encontráveis, compreensíveis e reutilizáveis. Eles funcionam como um índice dinâmico, enriquecido por Inteligência Artificial, que identifica padrões, detecta qualidade e sugere usos baseados em contexto;
  • Ferramentas de governança e compliance: garantem que o uso dos dados esteja segundo as políticas internas e regulações externas. Incluem recursos como controle de acesso, anonimização, rastreabilidade e auditoria;
  • Motor de orquestração e automação: permite que fluxos de dados sejam executados de forma coordenada e responsiva. É essencial para lidar com volumes crescentes de dados e para garantir que análises e aplicações recebam informações atualizadas.

Benefícios do Data Fabric para empresas

O uso do Data Fabric não se dá por acaso. Ele se justifica pelos benefícios oferecidos pela arquitetura. São eles:

  • Acesso em tempo real a dados distribuídos: o Data Fabric dá acesso em tempo real a informações relevantes, sem depender de processos manuais de coleta ou cópia entre sistemas. Isso impacta diretamente na agilidade com que decisões podem ser tomadas;
  • Redução de silos e retrabalho analítico: a arquitetura elimina silos de dados, reduzindo retrabalho, inconsistências e a necessidade de validações paralelas;
  • Melhoria na segurança e conformidade regulatória: o Data Fabric oferece mais controle sobre os dados em suas origens e aplicar políticas centralizadas de acesso e uso;
  • Apoio à escalabilidade em projetos de IA e BI: a arquitetura pode ser útil em projetos de Inteligência Artificial e Business Intelligence, garantindo escalabilidade e consistência no acesso aos dados e viabilizando análises avançadas e modelos preditivos baseados em informações confiáveis.

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Como o Microsoft Fabric adota o conceito de Data Fabric

O lançamento do Microsoft Fabric colocou o conceito de Data Fabric em evidência. A plataforma da Microsoft unifica engenharia de dados, BI, governança e IA em um único ambiente integrado, aplicando os princípios da malha de dados de ponta a ponta. 

A promessa é simplificar o ciclo de vida dos dados, desde a ingestão até a geração de percepções.

Na prática, o Microsoft Fabric conecta ferramentas já conhecidas do ecossistema Azure, como o Power BI, o Synapse e o Azure Data Factory. Essa integração permite que pipelines de dados, dashboards e algoritmos compartilhem a mesma base tecnológica. 

Assim, o usuário final ganha produtividade, enquanto os times de TI mantêm controle e padronização.

Um exemplo comum de uso envolve a ingestão de dados por meio do Data Factory, tratamento e modelagem com Synapse e visualização final no Power BI — tudo isso operando em tempo real, com governança automatizada e versionamento controlado. Esse ciclo integrado reduz atrasos, erros e redundâncias.

Casos de uso estratégicos para Data Fabric

As empresas com presença global têm encontrado no Data Fabric uma resposta eficaz para os desafios de governança. 

Ao conectar dados de diferentes regiões, respeitando legislações locais e padrões internos, a abordagem oferece equilíbrio entre descentralização e controle. Isso acelera decisões e garante conformidade em escala internacional.

Os ambientes multicloud também se beneficiam. Em vez de centralizar tudo em uma única nuvem, o Data Fabric permite que dados permaneçam onde fazem mais sentido — sejam sistemas legados on-premises, aplicações SaaS ou bases em clouds distintas.

Aliás, o avanço da IA generativa tem ampliado a demanda por dados confiáveis e bem governados, pois modelos de linguagem e agentes autônomos precisam de fontes seguras e atualizadas para operar com precisão. O Data Fabric fornece a infraestrutura para isso, permitindo uso ético e transparente da IA.

Ainda, os setores regulados, como o financeiro, o de saúde e o governo, enfrentam exigências rígidas de compliance. Nesses contextos, a capacidade de auditar acessos, rastrear linhagens e aplicar políticas consistentes torna o Data Fabric uma solução. Ele facilita auditorias, antecipa riscos e garante maior controle.

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Desafios e considerações na implementação

Apesar dos benefícios disponibilizados, o Data Fabric também enfrenta desafios. São eles:

  • Complexidade técnica e legado: exigem planejamento cuidadoso, com diagnóstico detalhado e uma arquitetura modular;
  • Necessidade de cultura orientada a dados: é necessário promover uma cultura orientada a dados, com equipes engajadas em torno de um mesmo objetivo: tornar os dados mais acessíveis, úteis e confiáveis;
  • Escolha de ferramentas interoperáveis: um Data Fabric depende da interoperabilidade entre sistemas. Assim, soluções que não se integram ou que impõem formatos proprietários podem se tornar obstáculos ao invés de facilitadores;
  • Garantia de qualidade e atualidade dos dados: de nada adianta ter conectividade se os dados estão desatualizados ou imprecisos. A implementação deve incluir políticas claras de validação, enriquecimento e governança.

Boas práticas para adoção de Data Fabric

Para adotar o Data Fabric com sucesso, o primeiro passo é mapear as fontes e os fluxos de dados existentes. Entender onde estão os ativos, como eles são usados e por quem permite priorizar integrações que tragam valor imediato.

Após, há a implantação gradual, por meio de projetos-piloto. Com ela, é possível validar abordagens, corrigir rotas e demonstrar resultados tangíveis para ampliar o escopo posteriormente.

Recomenda-se também o envolvimento dos stakeholders de TI e das áreas de negócio desde o início aumenta a aderência do projeto. Cada parte contribui com sua visão e necessidades, melhorando a definição de políticas, fluxos e modelos de uso.

Por fim, a medição de valor também precisa ser planejada. Aqui, utilizam-se indicadores como tempo de acesso, frequência de uso, volume de consultas e reutilização de ativos. Eles ajudam a demonstrar o impacto e orientar ajustes contínuos.

O futuro do Data Fabric nas arquiteturas corporativas

Os próximos passos do Data Fabric apontam para:

  • Expansão para ambientes Edge e IoT (Internet das Coisas): a capacidade de integrar dados na borda da rede (como sensores e dispositivos) será cada vez mais relevante. Isso permitirá decisões em tempo real no local onde o dado é gerado;
  • Apoio a agentes autônomos de IA e automação inteligente: os agentes autônomos e as aplicações baseadas em IA demandam infraestrutura de dados resiliente e responsiva. O Data Fabric pode se tornar o motor por trás dessa automação inteligente, viabilizando decisões em tempo real com base em dados confiáveis;
  • Convergência com Data Mesh e Data Products: a convergência com modelos como Data Mesh e Data Products também está no horizonte. Em vez de competir, essas abordagens podem ser combinadas com o Data Fabric, oferecendo a camada de conectividade que viabiliza a entrega de produtos de dados com governança e escala.

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Conclusão

O Data Fabric é uma resposta madura à complexidade dos dados nas organizações modernas. Ao conectar ambientes, eliminar silos e tornar o acesso mais fluido, ele prepara o caminho para análises mais robustas, inteligência mais precisa e decisões mais rápidas.

Com plataformas como o Microsoft Fabric, a aplicação prática desse modelo se torna acessível, mesmo para empresas ainda em estágio inicial de maturidade analítica. 

O desafio está menos na tecnologia e mais na visão estratégica: tratar dados como ativos de valor, que merecem ser integrados, governados e utilizados de forma inteligente em toda a empresa.

Quer ajuda para superar esses obstáculos e para adotar essa arquitetura de maneira segura? Entre em contato com a BRQ e tenha acesso à orientação profissional!

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