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A novidade traz vantagens para corretoras, bancos e investidores e pode revolucionar a maneira de investir.

O Open Investment é um conceito inovador que já é uma realidade no Brasil. Parte do Open Finance, ele faz uso da tecnologia para garantir aos investidores o acesso a informações e oportunidades de investir em novas frentes.

O que é Open Investment

Open Investment é um sistema de compartilhamento de informações relacionadas a investimentos. Por meio dele, investidores podem compartilhar com outras instituições financeiras dados referentes ao investimento que ele possui no momento. 

Isso é importante na medida em que os investidores têm a chance de receber propostas para investir seu dinheiro em outras frentes. O que, por sua vez, podem ser mais rentáveis do que aquelas em que suas finanças se encontram alocadas atualmente. 

Se por um lado o novo sistema é interessante para os investidores, é também para instituições financeiras que trabalham com produtos deste tipo. Por meio das informações recebidas, elas podem desenvolver planos e propostas para atrair novos clientes. 

O Open Investment faz parte do Open Finance, um sistema financeiro aberto que engloba todos os produtos relacionados à área. Por exemplo, serviços bancários (conta, cartões, empréstimos), previdência e investimentos. Enquanto o Open Finance é um conceito maior e que se refere a diferentes questões que fazem parte do sistema financeiro, o Open Investment se volta exclusivamente aos investimentos. 

Quais informações podem ser compartilhadas no Open Investment

Uma vez que este sistema se volta exclusivamente aos diferentes tipos de investimento, ele visa o compartilhamento de informações referentes a estes produtos. Dentre elas estão os ativos em que são alocados os recursos, bem como os seus rendimentos. 

Dentre os produtos que permitem esse compartilhamento estão: 

  • Ações; 
  • Certificado de Depósito Bancário; 
  • Certificados de Recebíveis Imobiliários; 
  • Cotas de fundo de investimento; 
  • Debêntures; 
  • Títulos públicos federais do Tesouro Direto

Como funciona o Open Investment

O sistema de compartilhamento de dados de investimentos entre investidores e bancos ou corretoras funciona a partir da autorização do cliente para que haja a concessão das informações de seus ativos com outras instituições. 

A partir disso, os dados são compartilhados com base em Application Programming Interface (API), que garante a segurança das informações. 

Uma vez compartilhadas as informações, a instituição autorizada a recebê-las pode analisar o perfil do investidor, seus recursos e a atual alocação deles. Com isso, pode desenvolver propostas mais interessantes para que ele invista. 

Open Investment é seguro? 

Sim, é! E isso decorre de uma série de motivos, tais como: 

  • Regulamentado pelo Banco Central: um dos fatores que ressaltam a segurança do sistema de Open Investment se refere justamente à regularização pelo Banco Central. Por isso, todas as entidades financeiras que fazem parte dele necessitam seguir as regras do BC; 
  • Compartilhamento com API: o Open Investment faz uso de Application Programming Interface para o compartilhamento de dados. Este corresponde a um conjunto de regras e protocolos que permite que diferentes softwares se comuniquem entre si com base em métodos e práticas de segurança previamente estabelecidos;  
  • Necessita de autorização do investidor: embora o Open Investment permita ao investidor compartilhar informações de seus investimentos com diferentes instituições financeiras, o compartilhamento depende de sua autorização. Ou seja, não há livre acesso aos dados; eles dependem, sempre, da anuência do seu proprietário; 
  • Exigência de consentimento específico: mesmo quem já tenha autorizado o compartilhamento de dados financeiros por meio do Open Finance, é preciso dar um novo consentimento para o Open Investment. Portanto, ele é específico para cada tipo de serviço de área que compõem o sistema financeiro aberto; 
  • Compartilhamento personalizado: os dados de investimentos compartilhados por meio do Open Investment somente se disponibilizam para as instituições financeiras apontadas pelo próprio investidor. Por isso, a autorização não é geral, mas específica; 
  • Prazo de aplicação da autorização de compartilhamento de dados: ainda que uma instituição financeira tenha acesso aos dados de investimento de um investidor, isso somente se mantém por 12 meses. Isto é, existe um prazo de validade desta anuência que, depois dele, requer nova concessão. 

Quais as vantagens do Open Investment

A novidade que faz parte do Open Finance acompanha uma série de expectativas, as quais são justificáveis perante os inúmeros benefícios que promete. Confira quais são eles! 

Transparência 

A abertura e a transparência promovidas pelo Open Investment podem ajudar a evitar fraudes e más práticas no mercado financeiro. Do mesmo modo, permite aos investidores terem maior conhecimento sobre quais são as opções que estão disponíveis para que eles aloquem seus recursos em busca de rendimentos, bem como às instituições saberem as demandas atualmente existentes. 

Diversificação 

Investidores têm a chance de diversificar seus portfólios e frentes de investimento. Afinal, a partir do compartilhamento das informações, podem receber propostas diversas e que lhes revelem novas possibilidades de investir. 

Além disso, é interessante pautar que com a ferramenta, os investidores podem manter parte de seus recursos em uma instituição, enquanto diversificam seus investimentos em propostas de outras corretoras que atuam no mercado. 

Acesso a produtos personalizados 

Com o compartilhamento das informações de investimento, os investidores também aumentam as chances de terem à disposição o acesso a produtos personalizados de acordo com seu perfil, seus objetivos e com os recursos disponíveis. 

Aprendizado contínuo 

O Open Investment também representa uma oportunidade de aprendizado constante tanto para as instituições financeiras quanto para os investidores. 

De um lado, as instituições passam a ter maior ciência quanto às demandas dos investidores. Igualmente, sobre quais estratégias podem atraí-los, junto de seus recursos, de maneira mais eficaz. 

Por outro lado, os investidores passam a ter conhecimento sobre quais são os ativos e as opções que estão disponíveis para fins de investimento. Da mesma forma, podem ter acesso a propostas mais rentáveis e vantajosas para investir seus recursos. 

Redução de custos 

O acesso a informações e estratégias de investimento de outras instituições que não aquelas em que o investidor investe no momento pode ajudá-lo a economizar em taxas de consultoria e a obter maior conhecimento sobre este mercado. 

Concorrência saudável 

Outro fator que acompanha o lançamento do Open Investment se revela no fato de que ele fomenta o mercado de investimentos e a concorrência entre instituições financeiras e corretoras. 

Ao terem acesso aos dados de investimentos que uma pessoa ou empresa possui atualmente, cabe às instituições estudarem maneiras de atrair este investidor. Isso requer o desenvolvimento de condições mais favoráveis ao público. 

Esse também é um fator intrínseco ao Open Banking, no qual as instituições usam dados compartilhados por clientes de outros bancos para desenvolverem propostas mais atrativas e que, no fim, beneficiam o próprio consumidor. 

Quando começa a ser disponibilizado o Open Investment

A implementação do Open Finance começou em fevereiro de 2021. Em junho do mesmo ano, a Anbima (Associação Brasileira de Entidades dos Mercados Financeiro e Capitais) propôs ao Banco Central a criação e oferecimento do Open Investment

A proposta, então, foi aceita em setembro de 2021, quando o BC divulgou quais seriam os produtos que fariam parte da iniciativa. Dentre eles, anunciou a inclusão de debêntures, ações, títulos do Tesouro Direto, cotas em fundos de investimento, dentre outros. 

Já no primeiro semestre de 2023, o sistema passou a permitir que as instituições que aderiram a ele compartilhassem os tipos de investimento que possuem e, também, as características de cada um deles. 

Porém, ainda faltava a contrapartida: a possibilidade de investidores compartilharem seus investimentos com instituições diferentes daquelas em que investem no momento. E isso aconteceu após dois anos de início do desenvolvimento do sistema e da implementação de seus requisitos e ferramentas. 

Em 28 de setembro de 2023, o Open Investment passou, finalmente, a ser uma realidade para os investidores, permitindo a troca de informações nos dois sentidos. 

Portanto, trata-se de uma verdadeira novidade no mercado financeiro. Ele se revela como uma oportunidade para o investidor conhecer mais sobre investimentos, ao mesmo tempo em que as corretoras e demais instituições se aproximam do seu público-alvo. 

Dessa forma, quem já possui investimentos e deseja saber se seus recursos estão alocados da maneira mais benéfica possível, pode começar a usar desde já o Open Investment.  

Para isso, basta autorizar o compartilhamento de dados, dentro do aplicativo ou site da sua corretora, com outras corretoras e instituições que possuem, dentre seus produtos, ofertas de investimentos. 

Conclusão 

O Open Investment representa uma verdadeira revolução no que diz respeito a investimentos, acesso à informação e relacionamento entre instituições financeiras e seus clientes. Por meio dele, o investidor tem a chance de entender se os seus recursos estão melhor alocados onde se encontram ou se existem outras propostas que se mostram mais lucrativas. 

Isso acontece justamente porque o Open Investment permite que as corretoras entendam o que o consumidor possui, aonde ele pode chegar e quais são as melhores formas de atraí-lo como cliente. 

Desse modo, esta etapa do Open Banking também se mostra como um fomento à concorrência entre as instituições financeiras que trabalham com investimento e, também, ao oferecimento de melhores condições para o público. No fim das contas, todos saem ganhando. 

Sobre o Autor
  • Redação BRQ

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