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Principais desafios das startups em 2023: como enfrentá-los?

Principais desafios das startups

Com o exemplo de empresas que saíram do zero e hoje estão avaliadas na casa dos bilhões — como iFood, Nubank e Uber —, a curiosidade pelo modelo de negócio das startups cresceu significativamente. De 2015 a 2019, o número de empresas desse tipo no Brasil saltou de 4100 para 12700.

As startups de sucesso trabalharam muito, buscaram investidores e, principalmente, identificaram lacunas no mercado que poderiam ser preenchidas. Mas como elas fizeram isso? Como é possível transformar uma ideia em produtos que mudam a cara do mercado?

Além disso, as startups enfrentam um novo problema em 2023: as grandes empresas de tecnologia perderam valor de mercado no último ano. Não à toa, as chamadas big techs demitiram cerca de 1,6 mil pessoas por dia, em janeiro. Neste post, falaremos dos principais obstáculos e das iniciativas que as startups podem aproveitar para crescer. Continue a leitura para conferir!

Desafios enfrentados pelas startups atualmente

Em primeiro lugar, mostraremos os desafios mais frequentes dessas organizações e os meios para contorná-los em 2023.

A crise financeira do mercado de tecnologia

O ano de 2022 não foi exatamente bom para o mercado de tecnologia. Até mesmo as big techs, como a Meta, a Amazon e a Salesforce, demitiram funcionários em massa e perderam valor de mercado. Os motivos são variados, desde a alta global da inflação até o desaquecimento após a pandemia.

Outro fator que explica a desaceleração do mercado é a alta da taxa de juros em países como os Estados Unidos, uma economia que afeta o mundo todo.

Com juros mais altos, investidores passam a abandonar aplicações de risco, como as das empresas de tecnologia e startups, e buscar opções mais estáveis, que garantam uma boa remuneração em relação aos recursos investidos.

Assim, o ano de 2022 trouxe uma reversão de expectativas no mercado de tecnologia, com menos lucros em relação aos anos anteriores.

Depois de terem contratado muitas pessoas para atender à demanda por serviços digitais que a pandemia de COVID-19 introduziu, as empresas precisaram diminuir significativamente seus quadros para se adaptar à nova realidade.

Para lançar soluções inovadoras, as startups precisam de tecnologia. Além disso, elas têm que atrair investidores — que estão, atualmente, receosos sobre colocar dinheiro em soluções digitais.

É por isso que o corte de gastos e investimento no mercado de tecnologia é o principal desafio para essas empresas na atualidade.

Identificação da oportunidade

Com os problemas financeiros que o mercado de tecnologia apresenta, identificar uma oportunidade valiosa no mercado se tornou ainda mais importante. Só assim será possível conquistar consumidores por meio da inovação, explorando que ainda não foi pensado ou que até já exista no mercado, mas que possa ser melhorado.

A Uber, por exemplo, só surgiu depois que o seu fundador estudou profundamente o mercado de transporte e verificou que havia uma demanda pouco atendida, a qual não era suprida pelo transporte público e nem pelos serviços de táxi.

Estruturação da ideia

É preciso estruturar a ideia de forma sólida, por meio de um modelo visual do Canvas, por exemplo. Desse modo, a empresa consegue rascunhar as suas ideias antes de começar a gastar dinheiro ou tentar atrair investidores com uma solução pouco convincente.

O principal objetivo é transformar a ideia em um modelo de geração de receita. Por isso, utilizar um Business Model Canvas é importante para gerar um modelo gráfico padrão e situar bem onde a startup quer chegar.

Construção da equipe

O próximo passo é a construção da equipe. Ter um time qualificado é essencial para que o projeto realmente saia do papel. No caso das startups, uma equipe inicial de 2 ou 3 componentes pode ser o suficiente para elaborar o MVP e validar a ideia.

Contudo, é preciso escolher pessoas que tenham expertise e dedicação para trabalhar em uma iniciativa na qual elas realmente acreditam. Afinal, é bem provável que ninguém receba nenhum investimento logo no início.

Assim, é preciso contar com indivíduos que realmente abracem o projeto, já que não há uma garantia de recompensa imediata.

Captação de investidores

Realizar um bom pitch é só uma das preocupações na hora de lidar com os investidores. Afinal, para poder escalar, é preciso encontrar fontes de receita para viabilizar as ideias da startup.

Assim, o dinheiro é um empurrão para que a empresa cresça mais rápido e possa melhorar seu produto. Seguir sem um investidor é complexo, pois a startup necessitará de muito capital em caixa, já que os trabalhos iniciais dependem de um valor que a companhia ainda não fatura.

Outro modo de captar a ajuda de empresários experientes no ramo é por meio do trabalho conjunto e a criação de um ecossistema integrado com aceleradores de startups e Innovation Hubs, sobre os quais falaremos a seguir.

No atual mercado de tecnologia, os investidores procurarão métricas como a taxa de receita bruta (gross ratings), startups com possibilidade de expansão rápida, redução dos custos de aquisição de clientes e ciclos de vendas mais curtos.

A taxa de retenção bruta, em particular, será importantíssima, uma vez que as empresas devem ser capazes de reter clientes para garantir seus planos de crescimento para 2023 não naufraguem.

Em um ambiente de orçamento difícil, uma receita recorrente é um sinal de que os clientes adoram seus produtos e obtêm valor real deles.

Como vencer esses desafios

É preciso criar estímulos para reter os profissionais, atrair novos talentos e também apostar em iniciativas que coloquem a startup em contato com grandes empresas e investidores.

Uma dica é automatizar o máximo possível de processos, para que a equipe possa se concentrar no desenvolvimento de soluções. Ferramentas de gestão de trabalho, como Trello e Jira, também são importantes para garantir esse foco. Na comunicação, o Slack e o Drive são soluções que facilitam a troca de ideias entre os membros do time.

Além disso, busque entrar em contato com aceleradoras de startups e Innovation Hubs. Ambas são iniciativas especializadas em fomentação de empresas que ainda estão em fase inicial de funcionamento, com parcerias estratégicas que ajudem a acelerar o time to market, isto é, a disponibilização de produtos no mercado.

Nesse caso, o programa pode ser promovido por uma empresa especializada no segmento explorado, startup ou até mesmo uma iniciativa dentro de outras organizações, normalmente ligadas à área de inovação e tecnologia.

Assim, a aceleradora oferece recursos, expertise e trânsito no mercado para conectar as startups às boas oportunidades do mercado, para que ela consiga se posicionar e se tornar mais visível para um público maior.

A própria BRQ tem uma Innovation Hub dedicada a acelerar a inovação por parte dos nossos parceiros, ao apresentar soluções com um grande potencial de geração de valor. Assim, a startup combina as suas boas ideias e expertise a uma das maiores empresas de tecnologia do Brasil.

Oportunidades atuais para as startups

De acordo com uma reportagem da Forbes, os futuros “unicórnios” (empresas avaliadas em mais de 1 bilhão de reais) devem explorar ferramentas de análise de dados para tomar decisões mais acertadas. Assim, startups de qualquer segmento poderão se basear em conhecimento relevante para crescer.

Mesmo com o cenário difícil para empresas que utilizam a tecnologia em seus processos, o cenário atual ainda traz algumas boas notícias.

Antes, o principal polo de inovação no país era São Paulo. Contudo, com a popularização do trabalho remoto, ocorreu uma descentralização, que promove a democratização da aquisição de novos talentos.

Além disso, a legislação no Brasil avançou para facilitar o surgimento dessas empresas. Um exemplo de iniciativa nesse sentido é o chamado Marco Legal das Startups, que regulamentou esse tipo de empreitada. Isso possibilitará a chegada de novos investidores.

Com isso, há mais concorrência, mas também há a possibilidade de colocar a inovação aberta em prática, com a colaboratividade entre diferentes instituições e clientes.

Por fim, podemos concluir que, embora a desaceleração do mercado de tecnologia, a burocracia e as questões fiscais do país sejam empecilhos, o futuro oferece oportunidades para empresas brasileiras que consigam transformar suas ideias em negócios efetivos e que tenham fontes recorrentes de renda.

Assim, elas podem enfrentar com êxito alguns dos principais desafios das startups, como a crise atual do mercado de tecnologia, a captação de investidores, a elaboração de um MVP e a aceleração.

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