Skip to main content

Sem governança, a IA pode gerar mais riscos do que valor – entenda!

A Inteligência Artificial é parte do cotidiano das empresas, onde modelos como os LLMs (Large Language Models) automatizam tarefas, personalizam serviços e geram percepções. Porém, como garantir que essa tecnologia seja usada de forma segura, ética e dentro dos limites legais? Essa é a proposta do AI Governance.

Ele adiciona uma camada que dá visibilidade, controle e confiança ao uso da IA no ambiente corporativo. Por isso, desperta o interesse de companhias no mundo todo. Interessou-se? Então acompanhe a leitura e saiba mais sobre esse conceito!

O que é AI Governance?

A crescente adoção da IA nos negócios acompanha o receio referente ao controle sobre sistemas cada vez mais complexos e autônomos. A resposta pode estar no AI Governance, um conjunto de políticas, processos e ferramentas que garantem o uso seguro, responsável e escalável da Inteligência Artificial nas empresas.

Embora muitas organizações já possuam práticas maduras de governança de dados, a AI Governance vai além. 

A governança de dados lida com a integridade, segurança e qualidade da informação, apenas. Já a governança de IA trata também da forma como os algoritmos usam esses dados para tomar decisões.

Assim, ela não se limita a saber de onde vem o dado, mas a compreender como ele influencia o comportamento de um modelo, as consequências de suas previsões e os controles existentes para impedir abusos ou distorções.

Ela exige a participação ativa de diferentes áreas da empresa, como times de tecnologia, líderes e os times jurídicos.

LLM e LLMO: entenda os conceitos dos modelos de linguagem

Principais componentes da governança de IA

Para estruturar uma governança funcional, é necessário pensar em blocos bem definidos. Cada um cuida de um aspecto do ciclo de vida da IA, do acesso até a rastreabilidade. São eles:

  • Controle de acesso e autenticação: evita desde uso indevido até o vazamento de informações sensíveis;
  • Monitoramento de uso e rastreabilidade de decisões: é importante registrar qual input foi dado. Também é necessário saber qual modelo respondeu e qual versão foi usada. Isso ajuda a auditar as decisões automatizadas, identificar falhas e garantir que os resultados sejam explicáveis.
  • Gestão de custos e orquestração de modelos: isso evita o uso desnecessário de tokens e chamadas a APIs. Além disso, direciona as chamadas para o modelo mais adequado ao contexto e à tarefa.
  • Transparência e explicabilidade de modelos: promovem a transparência, especialmente em aplicações que afetam diretamente pessoas;
  • Auditoria e conformidade com políticas internas e regulamentações externas: checam a conformidade e alertam para desvios.

API Management: o que é, como fazer e principais ferramentas

Por que a governança é essencial em projetos com LLMs?

Os modelos de linguagem têm enorme potencial, mas também acompanham riscos proporcionais. Quando mal utilizados, eles podem gerar respostas incorretas, enviesadas ou até vazar informações sensíveis. 

Portanto, a AI Governance atua para mitigar esses riscos ativamente. 

Riscos de alucinação e vazamento de informações

Os LLMs são poderosos, mas não infalíveis. Eles podem alucinar, gerando respostas incorretas com aparência de verdade. Isso pode gerar prejuízos concretos em ambientes corporativos. 

Além disso, se mal configurados, esses modelos podem expor informações confidenciais por meio de prompts ou históricos de interação.

Desafios de escalabilidade com múltiplas APIs e modelos

À medida que diferentes áreas da empresa adotam soluções de IA, surgem múltiplos fornecedores, APIs e modelos em uso. Gerenciar esse ecossistema sem perder a visibilidade é um grande desafio. 

A governança atua como uma camada central de controle que organiza essa diversidade sem travar a inovação.

Adoção responsável da IA generativa em contextos regulados

Usar a IA generativa em setores como finanças, jurídico e saúde requer mais do que boas intenções. Isso exige garantir que os modelos operem nos limites éticos, legais e operacionais definidos.

Einstein GPT: saiba mais sobre a poderosa IA Generativa da Salesforce

Sustentação da confiança dos usuários e stakeholders

A confiança não se constrói somente com desempenho, mas com previsibilidade e segurança. Quando um cliente, investidor ou profissional sabe que a empresa utiliza IA de forma transparente e auditável, isso se converte em valor.

Casos de uso corporativos que exigem alta governança

A necessidade de AI Governance não é teórica. Existem casos práticos onde ela se torna obrigatória para o funcionamento e a legitimidade da operação. Veja alguns deles:

  • Finanças: decisões automatizadas de crédito, análise de risco e detecção de fraude exigem explicações claras e rastreabilidade. A governança ajuda a assegurar que os modelos operem segundo as políticas internas e as exigências de órgãos como o Banco Central e a CVM (Comissão de Valores Mobiliários).
  • Saúde: hospitais e operadoras de saúde utilizam IA para triagem, diagnósticos preliminares e análise de exames. No entanto, qualquer erro pode ter consequências graves. A rastreabilidade completa das decisões do modelo é essencial para atender às exigências da ANS, da Anvisa e de códigos de ética médica;
  • Jurídico: os sistemas de IA são cada vez mais usados para análise de contratos e apoio à elaboração de peças jurídicas, onde a confidencialidade é um fator crítico. A AI Governance assegura a proteção de dados sensíveis;
  • Setor público: os órgãos públicos lidam com dados sensíveis de milhões de cidadãos. Qualquer uso de IA precisa respeitar princípios de legalidade, finalidade e prestação de contas, o que é facilitado pela governança.

Soluções e ferramentas de AI Governance

Diversas plataformas já estão incorporando recursos nativos para suportar o AI Governance. Entre elas, algumas se destacam pela profundidade e capacidade de integração com ambientes corporativos complexos. São eles:

  • Fusion BRQ: solução desenvolvida pela BRQ, oferece uma camada completa de governança para ambientes multi-IA. Ela controla os acessos de cada modelo, monitora custos e define políticas de uso por tipo de aplicação. Tudo isso com rastreabilidade desde o primeiro prompt até a resposta entregue.
  • Databricks: inclui funcionalidades para versionamento de modelos, controle de pipelines e rastreabilidade de experimentos. Isso facilita auditorias e reforça a confiabilidade da operação.
  • Azure AI: plataforma da Microsoft, traz políticas prontas para setores regulados, permitindo configurar limites de uso, autenticação por função e métricas de conformidade.
  • Outras soluções do mercado: IBM (com o Watson AI Governance), AWS e Quest também oferecem recursos voltados para governança.

Boas práticas para estruturar a governança de IA

Adotar ferramentas de governança de IA é somente parte da jornada, que também demanda boas práticas. Veja quais são elas!

Criação de diretrizes claras

Cada área deve saber exatamente o que pode e o que não pode ser feito com IA. Assim, diretrizes claras ajudam a padronizar o uso e evitam improvisos ou usos indevidos.

Definir papéis e responsabilidades

Sem clareza de quem responde por cada parte da cadeia, a governança perde força. Estruturar funções como data steward, responsável pelo modelo e gestor de risco é fundamental.

Implantar políticas de segurança e rastreamento

A governança não começa na produção. Ela precisa estar presente desde os testes iniciais, garantindo que mesmo protótipos sigam padrões de segurança e rastreabilidade.

Estabelecer métricas de desempenho, custo e impacto da IA

A governança sem métrica vira burocracia. Desse modo, ela exige o acompanhamento de indicadores-chave de desempenho (KPIs), como custo por interação, tempo de resposta, impacto no negócio etc.

7 métricas para otimizar a sua governança ágil

Capacitar equipes

É preciso investir na formação de todos os envolvidos para que a IA seja usada com consciência e dentro dos limites éticos da empresa.

Desafios na implementação de AI Governance

Implementar uma governança robusta é um processo, não um projeto pontual. Ao longo do caminho, surgem obstáculos que precisam ser enfrentados com estratégia.

Primeiramente, a governança não é da TI, do jurídico ou da diretoria. Ela é de todos. O maior desafio é fazer com que esses mundos conversem e tomem decisões integradas.

Ainda, nem todo uso de IA passa pelo crivo oficial da empresa. Muitas áreas adotam soluções por conta própria, dificultando o controle e exigindo ferramentas que detectam e incorporam esses usos.

Outro ponto é que um bom sistema de governança precisa proteger sem travar. O equilíbrio entre agilidade e controle é um dos pontos mais delicados.

Tendências e futuro da governança em IA

O cenário está longe de se estabilizar. Por isso, novas tecnologias, regulações e necessidades se apresentam para moldar o futuro da AI Governance. As tendências da área englobam:

  • Plataformas unificadas para gestão de múltiplos modelos e fornecedores: com a multiplicação de fornecedores de LLMs, cresce a demanda por soluções que centralizem o controle, oferecendo visibilidade e integração nativa com diferentes APIs;
  • Governança adaptativa com apoio da própria IA: a própria IA pode ajudar a gerir a IA. Sistemas de detecção de anomalias, recomendação de políticas e priorização de alertas já estão sendo incorporados nas plataformas mais avançadas;
  • Crescimento de soluções que combinam LLM Ops, compliance e observabilidade: o futuro aponta para ferramentas que unificam operações de LLM, conformidade legal e monitoramento contínuo para uma governança realmente eficaz;
  • Regulamentações globais moldando frameworks internos: com novas legislações, as empresas precisarão criar frameworks internos alinhados com os padrões globais, mesmo que eles ainda não tenham sido exigidos localmente.

Conclusão

A AI Governance não é mais opcional para empresas que desejam escalar o uso de Inteligência Artificial com responsabilidade. Com ela, é possível ter acesso à segurança, rastreabilidade e eficiência. 

Para isso, considere aderir à ferramenta Fusion, da BRQ, junto às boas práticas. Se você precisa de ajuda para isso, entre em contato com a BRQ e conte com apoio especializado!

Leia também:

Governança de dados com metodologias ágeis

Conheça o código das melhores práticas de Governança Corporativa

Sobre o Autor
  • Redação BRQ

    Desde 1993 no mercado, a BRQ Digital Solutions se consolidou como líder e uma das maiores empresas de Transformação digital do país.

    Ver todos os posts