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DevOps: o que é, desafios, ciclo de vida, ferramentas e métricas 

Conheça a importância dessa abordagem para os desenvolvedores

Nos últimos anos, a transformação digital e a evolução acelerada da tecnologia da informação têm redefinido a maneira como as organizações desenvolvem, entregam e mantêm softwares.

Nesse cenário dinâmico, o DevOps emerge como uma abordagem revolucionária que visa integrar de maneira eficiente o desenvolvimento de software (Dev) e as operações de TI (Ops).

A seguir, vamos explorar como o DevOps não é apenas uma mudança técnica, mas uma transformação cultural que redefine a colaboração, a automação e a entrega contínua como pilares essenciais para o sucesso no desenvolvimento de software na era digital. 

O que é DevOps? 

DevOps é uma abordagem cultural e prática para o desenvolvimento de software que visa a integração e a colaboração estreita entre as equipes de desenvolvimento (Dev) e as equipes de operações (Ops). A palavra DevOps é uma combinação de “Development” (desenvolvimento) e “Operations” (operações), destacando a sinergia entre essas duas áreas que tradicionalmente operavam de maneira separada. 

A principal ideia por trás do DevOps é superar as barreiras entre desenvolvimento e operações, promovendo uma colaboração mais eficiente e integrada. Essa abordagem busca acelerar o ciclo de vida do desenvolvimento de software, desde a concepção até a entrega e manutenção, visando melhorar a agilidade, a confiabilidade e a eficiência dos processos.

A implementação eficaz do DevOps resulta em benefícios significativos, como redução de tempo de ciclo, maior qualidade do software, respostas rápidas às mudanças de requisitos e melhoria na colaboração entre equipes.  

História do DevOps 

A história do DevOps remonta à necessidade de superar desafios enfrentados pelas organizações no desenvolvimento e operações de software, especialmente no contexto de uma crescente demanda por agilidade, inovação rápida e entrega contínua. Aqui está um resumo da evolução do DevOps ao longo do tempo: 

Origem e surgimento do termo (2007-2008) 

Nesse período, as equipes de desenvolvimento e operações muitas vezes operavam de forma isolada, levando a atrasos na entrega, conflitos de interesse e problemas de qualidade. O movimento Agile ganhava força, promovendo práticas que visavam melhorar a flexibilidade e a eficiência no desenvolvimento de software.

Com isso, surgiram práticas como o desenvolvimento ágil e a ideia de tratar a infraestrutura como código, preparando o terreno para a integração entre desenvolvimento e operações. O termo DevOps foi criado por Patrick Debois e Andrew Shafer durante uma conferência sobre tecnologia em 2009. 

Definição de princípios e crescimento (2009-2012) 

Foi quando surgiram princípios fundamentais do DevOps, enfatizando a automação, a colaboração e a entrega contínua. Ferramentas e práticas como integração, entrega contínua e automação de configuração contribuiram para a adoção crescente do DevOps. 

Aceitação generalizada e popularização (2013-2016) 

O DevOps foi amplamente aceito como uma abordagem essencial para superar os desafios tradicionais entre desenvolvimento e operações. A comunidade DevOps cresceu significativamente, compartilhando práticas, experiências e ferramentas por meio de conferências, fóruns online e eventos. O DevOps se integrou a outros movimentos, como a computação em nuvem, impulsionando ainda mais a flexibilidade e a escalabilidade. 

Maturidade e expansão (2017-atualmente) 

Empresas líderes em tecnologia e organizações de diversos setores atingiram alto grau de maturidade nas práticas de DevOps. Grandes empresas adotaram o DevOps como parte integral de suas estratégias de desenvolvimento e operações para manter a competitividade. O DevOps evoluiu para ser aplicado em áreas como segurança (DevSecOps) e outras disciplinas, mostrando sua versatilidade. 

Como pudemos ver, a história do DevOps é marcada por uma jornada contínua de aprendizado, colaboração e melhoria. À medida que as organizações continuam a enfrentar desafios dinâmicos, a abordagem DevOps permanece crucial para garantir a entrega rápida e confiável de software em um ambiente cada vez mais digital e competitivo. 

Princípios do DevOps  

Os princípios do DevOps fornecem uma base para a implementação bem-sucedida dessa abordagem, promovendo a colaboração eficiente entre equipes de desenvolvimento e operações. Aqui estão alguns dos princípios chave do DevOps: 

Colaboração e comunicação efetivas 

Objetivo: promover a quebra de silos entre equipes de desenvolvimento, operações e outras partes interessadas. 

Prática: facilitar uma comunicação aberta e colaborativa, compartilhando conhecimento e responsabilidade. 

Automação em todo o ciclo de vida 

Objetivo: acelerar processos e reduzir erros humanos através da automação. 

Prática: automatizar tarefas repetitivas, desde compilação e testes até a implantação e monitoramento. 

Entrega contínua 

Objetivo: permitir a entrega rápida e consistente de software. 

Prática: implementar pipelines de entrega contínua para automatizar compilação, teste, integração e implantação. 

Infraestrutura como Código (IaC) 

Objetivo: tratar a infraestrutura de TI da mesma forma que o código-fonte do software. 

Prática: utilizar ferramentas de automação para gerenciar e provisionar infraestrutura de maneira programática. 

Monitoramento contínuo e feedback 

Objetivo: Garantir a visibilidade contínua do desempenho do sistema e a qualidade das entregas. 

Prática: Implementar monitoramento em tempo real e obter feedback constante para melhorar continuamente os processos. 

Responsabilidade compartilhada 

Objetivo: fomentar uma cultura em que todas as equipes compartilhem a responsabilidade pela qualidade e confiabilidade do software. 

Prática: incentivar a colaboração, a participação ativa e a resolução conjunta de problemas. 

Segurança integrada (DevSecOps) 

Objetivo: integrar a segurança em todas as etapas do ciclo de vida do desenvolvimento de software. 

Prática: incorporar práticas de segurança desde o início do desenvolvimento, ao invés de considerá-las uma etapa isolada. 

Escalabilidade e resiliência 

Objetivo: garantir que os sistemas sejam capazes de escalar eficientemente e lidar com falhas de maneira resiliente. 

Prática: projetar arquiteturas robustas, testar a resiliência e implementar estratégias de recuperação. 

Padronização e consistência 

Objetivo: evitar variações não controladas que possam levar a problemas operacionais. 

Prática: estabelecer padrões e práticas consistentes em toda a infraestrutura e processos de desenvolvimento. 

Melhoria contínua 

Objetivo: buscar constantemente maneiras de aprimorar processos, ferramentas e colaboração. 

Prática: realizar avaliações periódicas, analisar métricas e feedbacks e implementar ajustes contínuos. 

Esses princípios, quando aplicados de maneira holística, ajudam as organizações a criar uma cultura DevOps eficiente, que promove inovação rápida, confiabilidade e entrega de valor aos usuários finais. 

O que é o ciclo de vida DevOps e como ele funciona?  

O ciclo de vida DevOps refere-se ao conjunto de práticas e processos que as equipes seguem para desenvolver, testar, entregar e manter software de maneira eficiente e colaborativa. Esse ciclo é caracterizado por uma abordagem contínua e iterativa, promovendo a entrega rápida e consistente de software. Vamos explorar as principais fases do ciclo de vida DevOps e como ele funciona: 

1. Desenvolvimento (Development): codificação de novos recursos, revisões de código e integração de código. 

2. Teste (Testing): testes unitários, de integração e de sistema com o objetivo de garantir a qualidade do código e identificar problemas antes da entrega. 

3. Integração (Integration): integração contínua (CI), automação de builds e execução de testes automatizados. O objetivo é integrar e validar as alterações frequentemente, detectando problemas o mais cedo possível. 

4. Implantação (Deployment): entrega contínua (CD) e implantação automatizada em ambientes de teste e produção visando automatizar o processo de implantação, permitindo entregas frequentes e confiáveis. 

5. Operações (Operations): monitoramento de desempenho, detecção e resposta a incidentes e atualizações e manutenção contínua. O objetivo é manter a estabilidade, a segurança e o desempenho do sistema em produção. 

6. Feedback e melhoria contínua: coleta de feedback do usuário, análise de métricas de desempenho e avaliações retrospectivas para identificar oportunidades de melhoria e ajustar processos, ferramentas e práticas. 

O ciclo de vida DevOps é adaptável e pode variar de acordo com a organização e o contexto específico. A automação desempenha um papel crucial, permitindo a execução eficiente de tarefas repetitivas e a garantia de consistência em todo o processo. O objetivo final é criar um ambiente de desenvolvimento e operações que seja ágil, colaborativo e capaz de se adaptar rapidamente às mudanças. 

Benefícios do DevOps  

A implementação bem-sucedida do DevOps proporciona diversos benefícios para as organizações. Ela proporciona impactos positivos no desenvolvimento de software, na entrega de produtos e na operação de sistemas.  

A combinação desses benefícios contribui para uma transformação significativa nas práticas de desenvolvimento e operações, capacitando as organizações a inovar de maneira ágil, manter a competitividade no mercado e fornecer valor aos clientes. 

O que é a cultura DevOps?  

A cultura DevOps refere-se a um conjunto de valores, práticas e princípios que promovem a colaboração estreita e a integração entre as equipes de desenvolvimento (Dev) e operações (Ops) dentro de uma organização.

Ela enfatiza a quebra de barreiras tradicionais, fomentando uma abordagem colaborativa e responsável, em que os membros das equipes trabalham de maneira conjunta para atingir objetivos comuns.

A cultura DevOps vai além de meras práticas técnicas, tata-se de uma mentalidade que permeia toda a organização, incentivando uma visão holística do ciclo de vida do software. A cultura DevOps é caracterizada por vários princípios e características-chave: 

A implementação bem-sucedida da cultura DevOps requer não apenas mudanças nas práticas de trabalho, mas uma mudança cultural significativa. Isso inclui o estímulo à inovação, à experimentação e à aceitação de falhas como oportunidades de aprendizado.

Uma cultura DevOps eficaz permite que as organizações alcancem os benefícios de agilidade, confiabilidade e entrega contínua em um ambiente dinâmico e altamente competitivo. 

Porque a cultura DevOps é importante para as empresas?  

O DevOps serve para unificar os times de desenvolvimento e administração de operações, fornecendo atalhos para melhorar a qualidade do produto, ou seja, do software. Quando não existe essa unidade, a tendência é que os dois setores caminhem de modo separado, o que aumenta as chances de bugs, atrasos e desalinhamento nas entregas, diminuindo a eficiência dos programas. 

A fluidez proposta pela cultura DevOps possibilita o atendimento às demandas cada vez mais velozes do mercado, suprindo a necessidade de atualizações robustas de maneira inteligente. Outra grande contribuição desse conceito é a transformação digital nas organizações. 

Por incluir metodologias ágeis, testes e feedbacks frequentes na dinâmica de construção de softwares, o DevOps favorece e acelera a implementação da lógica digital nas empresas. A rapidez e a flexibilidade são essenciais para contemplar a velocidade das mudanças no mundo atual, incluindo alterações importantes para entregar experiências positivas aos usuários de sistemas. 

Conceitos e metodologia  

DevOps é uma metodologia destinada a aprimorar o trabalho ao longo do ciclo de vida do desenvolvimento de software. É possível visualizar um processo DevOps como um loop infinito, compreendendo estas etapas, como planejar, codificar, construir, testar, lançar, implantar, operar, monitorar e planejar. 

DevOps x desenvolvimento em cascata 

O modelo de desenvolvimento em cascata segue uma abordagem sequencial, com fases distintas de planejamento, design, implementação, testes, implementação e manutenção. Já o DevOps adota uma abordagem colaborativa, integrando desenvolvimento e operações em um ciclo contínuo. O desenvolvimento em cascata é menos flexível para mudanças de requisitos, pois as etapas são dependentes e qualquer alteração pode exigir retrocessos. O DevOps é altamente flexível, permite adaptação rápida a mudanças de requisitos, pois as entregas são frequentes.  

No desenvolvimento em cascata, a tendência é entregar em grandes releases após a conclusão de todas as fases. No DevOps, o foco é na entrega contínua, permitindo liberações incrementais e frequentes. No desenvolvimento em cascata, tendência a silos de equipe e comunicação restrita entre fases. O DevOps promove a colaboração estreita entre equipes de desenvolvimento e operações, visando uma responsabilidade compartilhada. 

DevOps x Agile 

O Agile tem uma metodologia de desenvolvimento de software que enfatiza a flexibilidade, a colaboração e a entrega rápida de funcionalidades. O DevOps tem uma cultura que abrange o ciclo de vida completo, desde o desenvolvimento até a operação, com foco na automação e colaboração. O Agile prioriza a entrega contínua de valor ao cliente através de iterações curtas. Já o DevOps enfatiza automação, integração e entrega contínua para acelerar o ciclo de vida completo do software. 

O Agile concentra-se no ciclo de vida do desenvolvimento. O DevOps envolve o ciclo de vida completo, desde o desenvolvimento até a entrega e operações. O Agile pode não abordar completamente as operações pós-implementação, e o DevOps inclui operações como parte integrante, buscando uma entrega contínua e confiável. 

DevOps x SRE (Site Reliability Engineering

O SRE é focado na confiabilidade operacional, garantindo alta disponibilidade, desempenho e eficiência do sistema. O DevOps busca integração eficiente entre desenvolvimento e operações para acelerar a entrega de software e melhorar a colaboração. 

O SRE é concentrado na confiabilidade e desempenho de sistemas específicos, enquanto o DevOps engloba uma cultura mais ampla que visa a colaboração e eficiência em todo o ciclo de vida do software. O SRE utiliza automação para gerenciar, escalar e garantir a confiabilidade de sistemas. O DevOps promove a automação em todas as fases do desenvolvimento, teste, implementação e operações. Além disso, SRE coloca forte ênfase em SLAs (Service Level Agreements) e SLOs (Service Level Objectives). O DevOps enfatiza a colaboração entre equipes, com responsabilidade compartilhada por qualidade e confiabilidade. 

Embora esses conceitos possam ter sobreposições e ser complementares, cada um tem suas ênfases específicas e aplicações contextuais distintas. A implementação bem-sucedida muitas vezes envolve a combinação dessas abordagens, adaptando-as às necessidades específicas da organização. 

Quais são os desafios da adoção do DevOps 

Equipes acostumadas com formas de trabalho fragmentadas podem ter dificuldade ou até resistência à reformulação das estruturas para a adoção de práticas de DevOps.

Algumas podem acreditar na ideia equivocada de que novas ferramentas são suficientes para a adoção do DevOps. No entanto, o DevOps é uma combinação de pessoas, ferramentas e cultura. Todos os membros da equipe precisam entender o fluxo de valor como um todo, da concepção ao desenvolvimento e experiência do usuário final. É preciso acabar com a fragmentação para colaborar durante todo o ciclo de vida do produto. 

O aumento da carga de trabalho operacional talvez seja um desafio. É melhor criar uma base sólida de automação, gerenciamento de configuração e práticas de entrega contínua para ajudar a facilitar a carga. A dependência excessiva de ferramentas pode afastar as equipes dos fundamentos do DevOps necessários. Após o estabelecimento da estrutura, os processos e a equipe devem ser a próxima etapa, seguidos pelas ferramentas. 

Como adotar um modelo de DevOps  

A adoção bem-sucedida do modelo DevOps envolve uma transformação cultural, organizacional e técnica. Aqui estão alguns passos que podem ser seguidos para implementar efetivamente o DevOps em uma organização: 

1. Crie um entendimento comum: garanta que todas as partes interessadas, desde liderança até equipes operacionais, compreendam os benefícios do DevOps e estejam alinhadas com os objetivos. 

2. Estabeleça comprometimento executivo: obtenha o comprometimento da liderança executiva para garantir o apoio e os recursos necessários para a transformação. 

3. Avalie a situação atual: avalie o estado atual da cultura, processos, ferramentas e infraestrutura da organização para identificar áreas de melhoria. 

4. Defina objetivos claros: estabeleça metas específicas, mensuráveis, alcançáveis, relevantes e com prazo definido que orientem a adoção do DevOps. 

5. Crie equipes multifuncionais: forme equipes que incluam membros de desenvolvimento, operações e outras áreas relevantes para promover a colaboração e a responsabilidade compartilhada. 

6. Invista em treinamento: Proporcione treinamento e desenvolvimento de habilidades para capacitar as equipes com conhecimentos em ferramentas DevOps e práticas ágeis. 

7. Implemente integração e entrega contínuas (CI/CD): integre ferramentas e processos para automatizar o pipeline de CI/CD, permitindo a entrega rápida e consistente de software. 

8. Adote práticas ágeis: implemente práticas ágeis para gerenciar o desenvolvimento de software em interações curtas, promovendo a flexibilidade e a entrega contínua. 

9. Integre segurança desde o início (DevSecOps): incorpore práticas de segurança desde o início do ciclo de vida do desenvolvimento para garantir a proteção do software. 

10. Indicadores de desempenho: utilize métricas e indicadores para medir o sucesso da adoção do DevOps e comunique os resultados à organização. 

A adoção do DevOps é uma jornada contínua, e a flexibilidade para se adaptar a desafios e oportunidades é fundamental. A abordagem incremental e a aprendizagem constante contribuirão para o sucesso a longo prazo da implementação do modelo DevOps. 

Práticas de DevOps  

As práticas de DevOps englobam um conjunto de abordagens, técnicas e metodologias que visam melhorar a colaboração entre equipes de desenvolvimento e operações, acelerar a entrega de software e melhorar a confiabilidade dos sistema.

Conheça elas:

1. Integração Contínua (CI) 

Objetivo: integrar alterações de código frequentemente e automaticamente, garantindo que novas alterações não quebrem o código existente. 

Práticas associadas: automação de builds e testes. Execução de testes automatizados após cada integração. 

2. Entrega Contínua (CD) 

Objetivo: automatizar o processo de entrega de software, desde a integração até a produção, permitindo liberações frequentes e confiáveis. 

Práticas associadas: implantação automatizada e testes automatizados em ambientes semelhantes à produção. 

3. Infraestrutura como Código (IaC) 

Objetivo: gerenciar e provisionar infraestrutura de maneira programática, tratando a infraestrutura da mesma forma que o código-fonte do software. 

Práticas associadas: uso de ferramentas como Terraform ou Ansible e versionamento da infraestrutura. 

4. Monitoramento contínuo 

Objetivo: monitorar continuamente o desempenho do sistema, identificando e respondendo rapidamente a problemas operacionais. 

Práticas associadas: implementação de ferramentas de monitoramento em tempo real e definição de métricas e alertas. 

5. Coleta de feedback contínuo 

Objetivo: coletar feedback constante de usuários, operações e outras fontes para melhorar continuamente o software e os processos. 

Práticas associadas: coleta de dados de usuários e avaliações retrospectivas regulares. 

6. Responsabilidade de segurança compartilhada (DevSecOps) 

Objetivo: integrar práticas de segurança desde o início do ciclo de vida do desenvolvimento, promovendo a responsabilidade compartilhada entre desenvolvimento, operações e segurança. 

Práticas associadas: análises de segurança automatizadas e colaboração entre equipes para abordar vulnerabilidades. 

7. Pipeline de entrega 

Objetivo: criar um pipeline automatizado que abranja desde a integração até a entrega, proporcionando visibilidade e controle sobre o ciclo de vida do software. 

Práticas associadas: definição e automação de etapas do pipeline e utilização de ferramentas de CI/CD. 

8. Desenvolvimento colaborativo 

Objetivo: fomentar a colaboração entre equipes de desenvolvimento, operações e outras partes interessadas. 

Práticas associadas: compartilhamento de responsabilidades e conhecimento e ferramentas colaborativas e de comunicação aberta. 

9. Testes automatizados 

Objetivo: automatizar testes para garantir a qualidade do software e facilitar a detecção precoce de falhas. 

Práticas associadas: testes unitários, de integração e de sistema automatizados, além da inclusão de testes na pipeline de entrega. 

10. Melhoria contínua 

Objetivo: buscar continuamente maneiras de aprimorar processos, ferramentas e colaboração. 

Práticas associadas: avaliações retrospectivas regulares e análise de métricas de desempenho e feedback. 

Essas práticas são interdependentes e geralmente são implementadas de forma conjunta para criar um ambiente DevOps eficiente. A aplicação bem-sucedida dessas práticas depende da cultura organizacional, do comprometimento da liderança e da adaptação às necessidades específicas da organização. 

Ferramentas de DevOps  

A implementação de práticas de DevOps é frequentemente apoiada por uma variedade de ferramentas que automatizam processos, facilitam a colaboração entre equipes e melhorando a eficiência operacional.  A seguir, listamos algumas delas

1. Integração Contínua (CI) e Entrega Contínua (CD) 

Jenkins: automatiza a construção, teste e implantação contínua. 

GitLab CI/CD: oferece integração CI/CD como parte integrante do GitLab. 

Travis CI: suporta CI/CD para repositórios no GitHub e GitLab. 

CircleCI: oferece CI/CD baseado em nuvem. 

2. Infraestrutura como Código (IaC) 

Terraform: provisiona e gerencia infraestrutura de forma declarativa. 

Ansible: automatiza configurações e orquestração de infraestrutura. 

AWS CloudFormation: fornece IaC para a AWS. 

3. Orquestração de contêineres e gerenciamento de cluster 

Kubernetes: orquestra e gerencia contêineres em ambientes de produção. 

Docker Swarm: fornece orquestração nativa para contêineres Docker. 

OpenShift: plataforma Kubernetes empresarial com ferramentas adicionais. 

4. Monitoramento e Log 

Prometheus: coleta e armazena métricas de sistemas e serviços. 

Grafana: visualiza dados de monitoramento. 

ELK Stack (Elasticsearch, Logstash, Kibana): gerenciamento de logs e análise. 

5. Coleta de feedback contínuo 

Selenium: automatiza testes funcionais de aplicativos da web. 

SonarQube: analisa a qualidade do código, identificando problemas de código-fonte. 

JIRA: facilita o rastreamento e gerenciamento de problemas e tarefas. 

6. Segurança

OWASP ZAP: ferramenta de teste de segurança automatizado para aplicativos da web. 

Snyk: identifica e corrige vulnerabilidades em dependências de código aberto. 

Checkmarx: ferramenta de análise estática de segurança para código-fonte. 

7. Pipeline de entrega 

GoCD: ferramenta de automação de CI/CD com suporte a pipelines. 

Azure DevOps: oferece um conjunto integrado de ferramentas para CI/CD e colaboração. 

Spinnaker: plataforma de entrega contínua e implantação contínua. 

8. Comunicação e colaboração 

Slack: plataforma de comunicação em equipe. 

Microsoft Teams: colaboração integrada com ferramentas de produtividade. 

Confluence: plataforma para criação e compartilhamento de documentação. 

9. Gerenciamento de configuração 

Chef: automação de configuração e gerenciamento. 

Puppet: gerenciamento de configuração e automação. 

SaltStack: automação para configuração e gerenciamento de sistemas. 

10. Ferramentas de teste automatizado 

Junit: estrutura de teste para Java. 

Selenium: automação de testes funcionais de aplicativos da web. 

Postman: teste de API e automação de serviços web. 

Estas são apenas algumas das ferramentas disponíveis no ecossistema DevOps. A escolha depende das necessidades específicas do projeto, das tecnologias utilizadas e das preferências da equipe.

A integração eficaz dessas ferramentas dentro de um pipeline de DevOps contribui para a automação, colaboração e entrega contínua bem-sucedidas. 

Métricas de desempenho do DevOps  

Medir o desempenho em um ambiente DevOps é crucial para avaliar a eficácia das práticas adotadas e identificar áreas de melhoria. As métricas de desempenho do DevOps podem abranger diferentes aspectos do ciclo de vida do desenvolvimento e operações.  

1. Frequência de implantação 

Número de implantações ou liberações realizadas em um determinado período. Indica a rapidez com que as alterações são entregues aos usuários, refletindo a agilidade do processo. 

2. Tempo de ciclo de vida (Lead Time

Tempo necessário desde a concepção de uma ideia até sua implantação em produção. Mede a eficiência do processo, indicando o quão rapidamente as ideias são transformadas em valor entregue. 

3. Tempo de recuperação (MTTR – Mean Time to Recovery

Tempo médio necessário para restaurar o serviço após uma interrupção ou falha. Avalia a resiliência do sistema e a eficácia das práticas de recuperação. 

4. Taxa de sucesso de implantação 

Porcentagem de implantações bem-sucedidas em comparação com o número total de implantações. Indica a estabilidade e confiabilidade do processo de implantação. 

5. Satisfação do cliente 

Avaliações e feedback dos usuários sobre a qualidade e a utilidade do software. Reflete a eficácia do DevOps em atender às expectativas e necessidades dos usuários finais. 

6. Número de defeitos e problemas 

Contagem de defeitos, bugs ou problemas identificados durante o desenvolvimento ou em produção. Indica a qualidade do código e a eficácia dos testes. 

7. Eficiência do teste automatizado 

Porcentagem de testes automatizados em relação ao total de testes. Avalia o grau de automação dos testes, contribuindo para entregas mais rápidas e confiáveis. 

8. Taxa de cobertura de testes 

Porcentagem do código-fonte coberto por testes automatizados. Indica a extensão da validação automatizada sobre o código, influenciando a qualidade do software. 

9. Uptime do sistema 

Tempo que o sistema permanece em funcionamento sem interrupções. Avalia a confiabilidade e a disponibilidade do sistema para os usuários finais. 

10. Utilização de recursos 

Eficiência na utilização de recursos de hardware e nuvem. Indica otimização e controle de custos operacionais. 

11. Número de Rollbacks 

Contagem de reversões de implantação para uma versão anterior. Avalia a estabilidade das implantações e a capacidade de recuperação. 

12. Número de mudanças sem autorização (Unauthorized Changes

Contagem de alterações realizadas sem a devida autorização ou controle. Indica a segurança e a conformidade do ambiente. 

13. Tempo médio de espera (Wait Time

Tempo que uma alteração passa aguardando em uma fila ou etapa do pipeline. Avalia a eficiência do processo de entrega. 

14. Eficácia da colaboração entre equipes 

Avaliação da colaboração entre equipes de desenvolvimento, operações e outras partes interessadas. Reflete a eficácia da cultura DevOps em promover a colaboração. 

15. Eficiência de utilização de ferramentas de automação 

Avalia a eficácia das ferramentas de automação utilizadas no pipeline. Indica a automação adequada de tarefas manuais e repetitivas. 

Essas métricas podem variar de acordo com a natureza do projeto e os objetivos específicos da organização. A chave é escolher métricas que estejam alinhadas com os objetivos de negócios e que proporcionem insights significativos para aprimorar continuamente o ciclo de vida do software. 

Conclusão 

Mais do que apenas uma metodologia ou um conjunto de práticas, o DevOps é uma cultura que busca quebrar as barreiras entre desenvolvedores, responsáveis pela criação de novos recursos, e os operadores encarregados de garantir estabilidade e disponibilidade.

Sobre o Autor
  • Desde 1993 no mercado, a BRQ Digital Solutions se consolidou como líder e uma das maiores empresas de Transformação digital do país.

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