Embora a tecnologia esteja cada vez mais presente em nossas vidas, vemos poucas mulheres na tecnologia. Principalmente em cargos de liderança – embora muitas possuam o mesmo nível de conhecimento, ou até maior, que o de muitos homens.
Além da questão da capacidade ainda temos o déficit de profissionais de tecnologia em todo o mundo. Com o número cada vez maior de empresas acelerando sua Transformação Digital para obter vantagens competitivas, cresce a demanda por pessoas que atuem na área.
Por esse motivo que promover a diversidade nas empresas é tão importante. Quanto mais profissionais capazes e competentes que contribuam para a evolução da tecnologia, melhor. Independentemente de quem sejam.
Número de mulheres que atuam no mercado tech
De acordo com um estudo feito pela Deloitte, a indústria tech global teve um aumento na participação das mulheres, de modo que elas ocupam um terço do mercado.
No caso específico da América Latina, a KPMG constatou que as mulheres ocupam 16% dos cargos gerenciais em companhias de tecnologia, sendo que a média mundial é de 11%.
Apesar de serem números baixos, há 100, 200 anos eles eram quase inexistentes. Ainda assim, algumas mulheres mudaram a história da tecnologia. Continue a leitura para conhecer algumas delas e saber como promover a inclusão feminina no mercado de TI.
Mulheres que fizeram história na tecnologia
Conheça três mulheres que deixaram um legado importantíssimo para a evolução da tecnologia e sociedade.
Ada Lovelace
Ada Lovelace viveu durante o século XIX, descrevendo operações lógicas muito antes de surgir o ENIAC (Electronic Numerical Integrator and Computer), o primeiro computador. Na época, havia muita resistência da sociedade em relação ao ingresso de mulheres em cursos superiores.
Contudo, isso não impediu Ada, que era apaixonada por matemática, de publicar artigos relacionados ao processamento de dados, inclusive, usando apenas as iniciais do seu nome para não ser identificada como mulher.
Edith Clarke
Uma curiosidade sobre Edith Clarke é que ela trabalhou como um computador humano. Antigamente, antes de surgir equipamentos como o ENIAC, existiam pessoas que faziam funções similares a um computador, sobretudo cálculos matemáticos.
Edith estudou engenharia civil e, em seguida, foi a primeira mulher a obter mestrado no Departamento de Engenharia Elétrica e Ciência da Computação do MIT. Além disso, registrou uma calculadora gráfica como sua primeira patente, visando aprimorar métodos na solução de problemas referentes à transmissão de energia.
Hedy Lamarr
Hedy Lamarr foi inventora e atriz, nascida na Áustria e radicada nos Estados Unidos. Por meio de uma parceria com o compositor George Antheil, ela desenvolveu um sistema de comunicações usado pelas Forças Armadas norte-americanas durante a Segunda Guerra Mundial.
Tal contribuição contribuiu, posteriormente, para a criação da telefonia celular.
Desafios enfrentados pelas mulheres na tecnologia
De fato, não adianta recuar nem desanimar perante as resistências impostas pela sociedade. No caso específico de Ada Lovelace, como vimos, ela viveu em uma época em que as mulheres não eram bem-vistas em uma universidade.
Ter coragem na hora de lidar com esses desafios é um excelente meio de praticar e consolidar a liderança feminina. Dito isso, confira, a seguir, os principais desafios atuais que as mulheres enfrentam, principalmente na tecnologia.
Ausência de representatividade
De fato, ainda não há uma quantidade suficiente de mulheres trabalhando com tecnologia. Infelizmente, isso pode gerar um certo desânimo para as mulheres ingressarem em TI. O preconceito gera um obstáculo extra a ser superado — o que pode desencorajá-las — e como alternativa, essas mulheres acabam buscando outras áreas de atuação.
O ser humano, por natureza, tende a considerar a representatividade muito importante, de modo que quanto mais referências em um setor, maior o estímulo em investir forte em determinada carreira.
Falta de incentivo
Hoje, a maioria das pessoas que se formam em cursos superiores no Brasil é mulher, conforme estudo do IBGE. Todavia, menos de um terço delas se forma em cursos como engenharia e TI. Isso reforça uma barreira em determinadas áreas do conhecimento e falta de incentivo, seja por parte das famílias, seja por parte das instituições de ensino, seja pela iniciativa privada.
Diferença de salário
A diferença de salário entre homens e mulheres na tecnologia ainda representa um entrave. Afinal, não é nada justo estudar anos e anos e receber um salário menor apenas por conta do gênero, e não por suas qualificações e entregas. Mais uma problemática a ser enfrentada por mulheres para poder se posicionar nesse mercado.
Ações para promover a equidade de gênero no setor de TI
Ainda que o cenário tenha apresentado algumas melhorias, estamos muito longe de uma igualdade de salários entre homens e mulheres na tecnologia. Por meio de algumas ações, é possível melhorar bastante esse cenário em médio e longo prazos, aumentando a participação feminina nos empregos em TI.
Criação de comitês nas empresas
Algumas empresas já têm se conscientizado em relação à inclusão feminina na tecnologia. Um comitê de diversidade, por exemplo, pode ajudar bastante nesse sentido, de modo a promover, entre outras ações, compartilhamento de experiências, conhecimentos e, principalmente, reconhecimento.
Acesso à qualificação
Muitas empresas promovem o acesso à qualificação para mulheres, de modo que possam desenvolver não somente habilidades técnicas, mas também comportamentais. O Google é um grande exemplo nesse sentido, pois oferece um programa gratuito de capacitação, inclusive com uma abordagem voltada ao público feminino.
A BRQ Digital Solutions também oferece capacitação tech gratuita por meio do programa de formação Entry Point BRQ, que até o momento formou mais de 900 pessoas.
Por meio de diferentes modalidades, o programa já abriu turmas exclusivas para mulheres, para estudantes carentes e para pessoas pretas, entre outras. Muitos dos alunos do Entry Point hoje fazem parte do nosso time de Feras.
Ao longo do artigo, vimos que a presença de mulheres na tecnologia é essencial. Para ajudar a suprir a necessidade das empresas por profissionais da área, é preciso que o público feminino, assim como qualquer outro, esteja incluído igualitariamente nesse mercado.
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