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Hoje, nossos smartphones são um verdadeiro ecossistema de aplicativos. Temos programas para fazer compras, softwares de instituições financeiras, soluções de órgãos governamentais e marketplaces. Muitas vezes, para realizar uma mesma ação, passamos de um aplicativo para outro.

Há alguns anos, as organizações começaram a explorar a seguinte ideia: “E se pudéssemos fazer tudo isso em um programa só?”. Uma ideia que se consolidou na criação dos Super Apps.

Neste artigo, falaremos sobre Super Apps, como funcionam e como podem revolucionar a forma com que as empresas interagem com seus clientes. Confira!

O que é um Super App?

Um Super App pode ser definido como um aplicativo com um ecossistema que permite que outros aplicativos, chamados de microapps, vivam dentro dele.

Estes microapps podem ser desenvolvidos pela mesma empresa criadora do Super App ou até mesmo por terceiros, visando aproveitar o mesmo ecossistema.

O que é um Super App?

O principal objetivo desse tipo de aplicação é eliminar a necessidade de baixar uma série de programas para realizar atividades da rotina de indivíduos e empresas. Desse modo, o usuário consegue resolver mais de um problema de uma vez só, sem precisar ficar trocando de interface em diferentes aplicativos.

Eles têm ganhado espaço no mercado por serem acessados com alta recorrência — afinal, o cliente passa a ficar muito tempo neles, aproveitando suas diversas funcionalidades. Por isso, são citados como ecossistemas digitais integrados.

De acordo com a previsão da consultoria Gartner, até 2027 mais de 50% da população global será formada por usuários ativos dos super apps.

Uma breve história dos Super Apps

A história dos Super Apps começa na Ásia. WeChat (China), Gojek (Indonésia) e Grab (Singapura) são alguns dos principais Super Apps do mercado asiático e estão presentes nos celulares de quase toda a população.

Para se ter uma dimensão do tamanho dessa base instalada, o WeChat, lançado em 2011, atualmente possui mais de 1 bilhão de usuários ativos por dia. A explicação para esse sucesso é simples: na China, os serviços do Google, Facebook, WhatsApp e Twitter são bloqueados, o que facilitou a adoção do WeChat, que nasceu como um app de mensagens.

Já o Gojek se iniciou em 2010 como um aplicativo para facilitar as chamadas de mototáxi (ojek, em indonésio), e depois aproveitou-se do fato de que a maior parte da população não tinha uma conta bancária. Então, lançou sua carteira móvel chamada de GoPay, em 2015. Inicialmente sendo usado como uma forma de pagamento para serviços de mototáxi, passou a ser uma conta digital com diversos serviços dentro do app (além de estabelecimentos físicos).

Em ambos os casos, após crescer sua base instalada, os aplicativos começaram a investir na integração de microapps. O WeChat possui mais de 3 milhões de microapps em sua plataforma e gerou uma receita de US$ 17,4 bilhões em 2021.

São serviços diversos para o dia a dia, como chat, redes sociais, compra de passagens e serviços de taxi, e-commerce, serviços de delivery, telemedicina, conta digital, entre outros.

Após o sucesso dos Super Apps, começamos a ver essa tendência vindo para o ocidente. É o caso da expansão de serviços agregados aos WhatsApp (como o WhatsApp Pay), e do interesse do bilionário Elon Musk em transformar a plataforma Twitter (atualmente X) em um super app.

Neste artigo, vamos explorar particularmente seu impacto no mercado brasileiro.

O aplicativo da Porto é um exemplo de Super App brasileiro, fornecendo diversos serviços além do seguro e assistência.

Os Super Apps no mercado brasileiro

Os Super Apps tem entrado no Brasil de forma gradativa. É um mercado bem estabelecido e mais fragmentado, com bancos tradicionais e digitais bem sólidos. Por isso, é difícil uma empresa conseguir reunir todos os serviços em um único app.

A tendência no nosso mercado é de empresas consolidadas criando Super Apps que oferecem uma gama de serviços dentro de um mesmo aplicativo. No fim, é um conceito que acaba simplificando tanto a vida do cliente quanto da empresa.

Nos últimos anos, pequenos e grandes negócios perceberam a necessidade de estabelecer operações contínuas através de canais digitais. Assim, os Super Apps foram ao encontro de um fator para o sucesso no mercado brasileiro. Como exemplos, temos apps como Mercado Livre, Magalu e Rappi, expandindo cada vez mais os serviços disponíveis dentro de seus ecossistemas.

O grupo Rappi, por exemplo, faz delivery de diversos itens, além de já conter uma carteira digital, cartão de crédito e estar expandindo seus serviços.

Também é possível voltar o olhar para os bancos, que cada vez mais oferecem serviços fora do mercado financeiro. Um exemplo é o Banco Inter que já disponibiliza em seu Super App serviços de Seguros, Delivery, Viagens, dentre outros.

Outro exemplo é a Porto, que fora os serviços de seguro e assistência, já disponibiliza em seu Super App uma conta digital, cartão de crédito, programa de pontos (Porto Plus), e segue expandindo seus serviços de forma integrada no aplicativo.

A tendência para 2024 é os Super Apps continuem aumentando sua presença no mercado. São iniciativas de gigantes como o Itaú pretendendo expandir seus aplicativos no primeiro trimestre e até mesmo o Banco Central com planos de desenvolver o seu Super App.

Qual é a diferença entre super app, mini app e aplicativos tradicionais?

Um aplicativo tradicional tem apenas um objetivo específico. Por mais que ele possa ter mais de uma funcionalidade, seu objetivo gira em torno de satisfazer uma necessidade do usuário.

Já um super app satisfaz diversas necessidades do usuário, em diferentes níveis. Por isso, caso a pessoa tenha que buscar diversos outros serviços em aplicativos espalhados, essa solução não se qualifica como um super app.

Ao contrário do que muita gente pode pensar, o mini app não é representado pelos aplicativos tradicionais, mas, também é outra tendência. O termo mini app é um sinônimo dos já citados micro apps, que servem para complementar os grandes, oferecendo todo o suporte necessário para que o usuário resolva suas pendências.

Não há uma loja de aplicativos ou mercado separado para mini apps. Eles são descobertos e ativados pelos usuários do super app e, uma vez usados, também podem ser facilmente removidos da interface do usuário.

De modo geral, os mini apps são desenvolvidos para completar uma ou mais tarefas específicas de um app maior, como a funcionalidade de contratar serviços, comprar um produto, fazer doações, alugar algo, entre outras.

Como construir um Super App?

Criar Super Apps é uma vantagem competitiva para as empresas, pois cada micro app consegue ser criado em um tempo muito menor do que se fosse desenvolvido de forma independente.

Como um micro app reside dentro do Super App, todo o fluxo de autenticação (login único) e onboarding é compartilhado, assim como a home do aplicativo, telas de configuração e edição dos dados de perfil, dentre várias outras jornadas e serviços. Até mesmo a gestão das lojas de aplicativos do Google e Apple é simplificada quando se tem apenas um aplicativo para cuidar.

Os micro apps podem se beneficiar de todo um ecossistema de componentes que existem no Super App, como o Design System, os meios de pagamento já integrados, entre outros.

Outra vantagem é centralizar os esforços e investimentos em recursos de segurança e proteção dos dados em um único aplicativo. Em outras palavras, ao se pesar os custos para criar e manter um aplicativo, é uma excelente estratégia utilizar um Super App como um grande portal acelerador de novos produtos.

Um Super App precisa ser construído com uma arquitetura escalável e customizável, que permita plugar micro apps de forma a acelerar e simplificar o desenvolvimento de novos produtos digitais. Cada micro app pode ser desenvolvido e testado de forma isolada, para somente depois ser integrado ao Super App.

Ele também precisa controlar a execução de cada micro app, de forma que cada um tenha um ciclo de vida próprio e viva em um ambiente isolado (sandbox). Isso evita que um erro em um microapp não afete outros produtos.

Os desafios dos Super Apps

Além dos desafios técnicos envolvidos na criação de um aplicativo que comporte a natureza modular da relação dos super apps com seus micro apps, é preciso pensar no que estará envolvido no ecossistema criado.

Os serviços oferecidos devem fazer sentido dentro do escopo do aplicativo, ou seja, deve haver uma sinergia entre o portfólio oferecido. Bem como, é preciso pensar em como esse ecossistema será promovido e implementado. Usuários podem ter desconfiança inicialmente com os serviços oferecidos, e muitos tem expectativas diferentes em relação ao aplicativo.

Da mesma forma, há um desafio em manter o padrão de experiência do usuário entre diferentes serviços e micro apps. É preciso que haja coerência visual e de usabilidade, mesmo quando os serviços não foram parecidos.

Por isso, a criação de Super Apps é mais do que um esforço tecnológico, é um esforço de negócios que envolve toda a estrutura da organização.

Chegou a hora da sua empresa ter seu próprio Super App

Utilizando uma boa arquitetura, padrões e aceleradores muito bem definidos, Super Apps são um grande diferencial competitivo para que empresas consigam lançar novos produtos digitais (microapps) no mercado de forma ágil, acelerando o time-to-market.

A BRQ conta com uma equipe de profissionais de mobile altamente especializados, que conhecem as tecnologias mais modernas para acelerar o desenvolvimento de apps e Super Apps.

A corrida por Super Apps está em curso, e será cada vez mais comum vermos empresas começarem a ofertar serviços adicionais ao seu core business, para levar mais valor e benefícios ao usuário.

Deseja construir um Super App? Tem um desafio? Venha conversar conosco!

Ricardo Lecheta, especialista em mobile e Chief Technology Officer na BRQ.

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