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Você já ouviu falar em microsserviços? Se você trabalha com tecnologia, ou tem interesse na área, é bem provável que já tenha se deparado com esse termo algumas vezes. Em especial, ao se falar sobre desenvolvimento de softwares.  

O mundo está cada vez mais digitalizado, isso influencia diretamente o modo de fazer negócio das empresas. Atualmente, é fundamental ficar alinhado às novidades tecnológicas a fim de oferecer o melhor para os clientes e não ser ultrapassado pela concorrência.  

Em vista disso, se você está pensando em construir uma solução digital, ou talvez, modernizar alguma já existente, é importante conhecer as diferentes formas de estruturar um sistema disponíveis hoje em dia.  

Assim, para ajudar, confira durante a leitura o que são microsserviços e as principais vantagens e desafios desse método. Bom proveito! 

O que são microsserviços?  

No desenvolvimento de softwares, os serviços são as funcionalidades presentes na aplicação. Nesse sentido, os microsserviços, como o próprio nome sugere, referem-se à divisão de funções em componentes menores.  

Só para ilustrar, imagine que esteja preparando um almoço para alguns amigos, o objetivo é entregar o prato completo com diferentes tipos de alimentos. Porém, para facilitar, é possível dividir o preparo em pequenas partes. Por exemplo, salada, carne, feijão e assim por diante.  

De forma similar, por meio da abordagem de microsserviços, durante a construção do software, ocorre a separação de pequenos serviços independentes que depois vão se comunicar entre si para gerar a entrega do sistema completo ao usuário.  

O que é uma arquitetura monolítica?  

Segundo o dicionário Aurélio a palavra “monólito” significa “monumento feito de um só bloco de pedra”.  

Partindo desse princípio, é possível definir que a arquitetura monolítica é quando todas as funcionalidades são executadas dentro de um mesmo processo. Ou seja, existe apenas uma única estrutura que abriga todas as funções do sistema.  

Retomando a ilustração anterior, é como se você estivesse fazendo uma sopa para os seus convidados. Nesse caso, todos os alimentos são preparados juntos na mesma panela.  

Então, qual é a melhor abordagem para usar no desenvolvimento de software da sua empresa: monolítica ou microsserviços? Confira!  

Diferenças entre microsserviços e arquitetura monolítica  

A principal diferença entre microsserviços e a arquitetura monolítica é que, no primeiro caso, os serviços são executados de forma independente. Já no segundo, os componentes são interdependentes.  

Em outras palavras, cada microsserviço possui as suas próprias especificações e banco de dados. Por exemplo, existe a possibilidade de usar linguagens de programação diferentes entre eles.  

Desse modo, a implantação e a atualização acontecem de forma individual. É como se houvesse vários pequenos sistemas autônomos que podem ser interligados para construir uma aplicação maior.  

Geralmente, essa comunicação ocorre por meio de APIs (Application Programming Interface), que é um conjunto de regras que torna viável a troca de informações entre dois ou mais softwares ao utilizar protocolos específicos.  

Em contrapartida, na arquitetura monolítica há apenas um código que agrupa todas as funcionalidades da aplicação. Ou seja, tudo é desenvolvido em ambiente único e com o mesmo banco de dados, gerando dependência entre os serviços.  

Quais são os benefícios de usar microsserviços? 

Veja 4 vantagens de utilizar microsserviços no desenvolvimento de software em comparação com a arquitetura monolítica.  

Manutenção  

Em primeiro lugar, os microsserviços funcionam de forma independente uns dos outros. Por causa disso, é mais fácil fazer a atualização das funcionalidades. Como assim?  

Na prática, isso significa que você não precisa paralisar toda a aplicação para efetuar a manutenção de apenas um serviço em específico. Ou seja, o software não fica “fora do ar”, é possível isolar os recursos que serão modificados do restante.  

Aliás, essa também é uma grande vantagem quando uma função apresenta algum tipo de falha, já que isso não necessariamente vai afetar outras funcionalidades do sistema. 

Para entender melhor, vamos usar a ilustração citada no início, imagine que você deixou o arroz queimar durante a preparação do almoço. Nesse caso, isso não quer dizer que as outras partes da refeição, como o feijão e a carne, tiveram o mesmo dano, porque apesar de serem servidos juntos, são componentes independentes.  

De maneira similar, o que acontece com um microsserviço não depende obrigatoriamente do que ocorreu com outro. Já na arquitetura monolítica, a aplicação como um todo é impactada quando há uma falha ou se for realizada uma manutenção programada.  

Seguindo com a ilustração, a abordagem monolítica funcionaria como a sopa. Se você deixar queimar, todos os ingredientes que estão na panela vão ser de algum modo afetados pela situação.  

Flexibilidade 

Outro benefício de utilizar uma abordagem voltada para microsserviços durante a construção do software, é que isso permite escolher os melhores tipos de tecnologias para cada funcionalidade.  

Por exemplo, é possível usar a linguagem de programação mais indicada para desempenhar uma determinada função, mesmo que a escolha seja diferente da utilizada em outras partes do sistema. 

Em contraste com isso, na arquitetura monolítica, há pouca não existe flexibilidade para implementar o uso de diversas linguagens em conjunto, a equipe de desenvolvimento geralmentefica restrita a trabalhar com a tecnologia inicial.  

Escalabilidade 

A verdade é que o mercado está em constante evolução e isso impacta diretamente as necessidades da sua empresa. Com o tempo, talvez seja preciso fazer modificações nos softwares utilizados pelo negócio para atender às novas exigênciasdemandas, tanto internas como externas.  

Para isso, é necessário construir aplicações escaláveis, que é a capacidade de um sistema se adaptar para suprir as demandas de forma satisfatória. Nesse sentido, os microsserviços facilitam esse processo uma vez que a manutenção é facilitada e individualizada. 

Por exemplo, algumas situações que precisam de escalabilidade são:

  • Criação de novas funcionalidades; 
  • Ampliação ou diminuição de infraestrutura local
  • Aumento considerável no número de clientes;  
  • Entre outros.

Foco no negócio 

Por último, mais uma vantagem de utilizar microsserviços no desenvolvimento de softwares é que isso ajuda a manter o foco nos objetivos empresariais.  

Nessa abordagem, cada serviço representa uma função diferente do sistema, que pode corresponder a uma vertente específica do negócio. Assim, as equipes se concentram em garantir bons resultados em sua área de atuação.  

Ou seja, o time de desenvolvimento não trabalha de forma isolada, e sim em conjunto com outros setores. Isso ajuda a calcular o sucesso da aplicação com base não somente na parte técnica, mas também por alinhar as metas estabelecidas pela empresa com o papel da funcionalidade.  

Porém, apesar de trazer muitos benefícios, os microsserviços possuem algumas desvantagens em comparação com a arquitetura monolítica. Saiba mais sobre isso.  

Desafios de usar microsserviços  

Agora, como diz o ditado, é hora de conhecer “os dois lados da mesma moeda”. É claro que os microsserviços podem ser muito vantajosos, mas a implementação dessa abordagem também envolve alguns desafios. Conheça os principais:  

  • Testes: testar microsserviços pode ser desafiador, já que é preciso ser abrangente e verificar cada um dos componentes individualmente, garantindo tanto o bom funcionamento como a comunicação adequada entre eles;  
  • Complexidade: exige bastante planejamento para estabelecer como vai funcionar a divisão de todas as funcionalidades, definindo a estrutura e organização geral do sistema. Isso torna o processo de implementação mais complexo do que uma arquitetura monolítica;  
  • Controle de versão: a atualização dos microsserviços é independente, mas é importante ser feita de forma que não gere conflitos e incompatibilidades com outras funções. É como se fosse um livro, os capítulos são separados, mas precisam de harmonia para que a história tenha sentido; 
  • Gerenciamento de logs: os logs são pequenos registros sobre os eventos que acontecem em um sistema. No caso dos microsserviços, o desafio é conseguir reunir e correlacionar todos os logs dispersos entre os serviços para ter uma visão geral do sistema.  

Essas são algumas das dificuldades enfrentadas ao optar por uma arquitetura de software voltada para microsserviços.  

É de grande importância conhecer esses desafios com o intuito de elaborar estratégias que ajudem a vencer as barreiras e aproveitar ao máximo o potencial de inovação tecnológica que essa abordagem é capaz de proporcionar para o seu negócio. 

Casos de uso de microsserviços 

Conforme considerado ao longo do artigo, fica claro que os microsserviços são capazes de proporcionar muitos benefícios durante o desenvolvimento de uma solução tecnológica. Porém, a abordagem também enfrenta alguns desafios.  

Em vista disso, em quais situações é indicado utilizar essa estratégia? Na realidade, há diferentes tipos de casos de uso de microsserviços. Dentre as práticas mais comuns, é interessante citar: 

  • Aplicações complexas: oferecer um software completo, ou plataforma, para os usuários exige a utilização de uma ampla variedade de funções. Tendo em vista que os microsserviços são independentes, é possível se concentrar em cada recurso individualmente e na melhora de seu desempenho; 
  • Softwares médicos ou de finanças: geralmente, esse tipo de aplicativo não pode ficar fora do ar e lida com alto volume de dados sensíveis. Com o uso de microsserviços, existe a possibilidade de processar várias solicitações ao mesmo tempo, sem perder a agilidade e segurança;  
  • Sistemas legados: são softwares antigos que precisam ser atualizados. Nesse caso, uma opção é investir na implementação de microsserviços para modernizar partes específicas da tecnologia com o objetivo de não precisar reconstruir o sistema completo; 
  • Integração e Entrega Contínuas: também conhecidas como Continuous Integration (CI) e Continuous Delivery (CD), são abordagens que automatizam alterações no código e a disponibilização para os usuários. Com os microsserviços, é possível manter essas atualizações frequentes, mas sem interferir na aplicação inteira.  

Conclusão  

Os microsserviços referem-se a uma abordagem dentro do desenvolvimento de softwares em que uma aplicação é formada por meio da integração entre pequenos sistemas autônomos, divididos segundo as funcionalidades.  

Esse método é capaz de proporcionar muitas vantagens quando comparado com a arquitetura monolítica, que é quando todas as funções são processadas em conjunto. Entre esses benefícios, estão incluídos:

  • Maior concentração nos objetivos do negócio;  
  • Facilidade de escalabilidade do sistema;  
  • Mais agilidade nas manutenções;  
  • Flexibilidade na escolha de tecnologias.  

No entanto, também é possível mencionar algumas dificuldades, como:  

  • Complexidade de implementação;  
  • Testes dos componentes;  
  • Gerenciamento de logs;  
  • Controle de versões.  

Sendo assim, qual é a melhor abordagem para usar no desenvolvimento de software da sua empresa: monolítica ou microsserviços? A verdade é que não existe uma resposta padrão para essa pergunta. 

Apesar dos inúmeros benefícios dos microsserviços em estruturas mais complexas, em casos de aplicações simples, pode ser interessante optar por uma arquitetura monolítica que possui uma implantação mais fácil.

Então, antes de investir na criação de um novo software, ou de modificar um sistema em uso, é preciso analisar e estipular os objetivos que pretende alcançar. Isso inclui tanto a parte técnica como as metas de negócio.  

Ou seja, é importante pensar em uma solução que seja específica para a realidade da sua empresa a fim de ser capaz de obter o sucesso.  

Pensando nisso, o time de especialistas da BRQ está à disposição para auxiliar no planejamento e construção da solução tecnológica ideal para a sua empresa.  

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Sobre o Autor
  • Redação BRQ

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