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O mercado financeiro vem sofrendo transformações importantes graças à tecnologia e ao uso mais eficiente dos dados, e um bom exemplo disso é o Open Banking. Mas como ele funciona? E o mais importante: como ele pode beneficiar pessoas físicas e jurídicas com as suas finanças?

Para explicar exatamente o que é o Open Banking, o podcast The Walking Tech convidou Mateus Brum, Head de Growth do Guiabolso.

Logo no início da entrevista, Mateus reflete sobre uma crítica do Centro de Inclusão Financeira do Reino Unido, o qual afirmou que o Open Banking beneficiaria somente as pessoas envolvidas com tecnologia, além de achar ingênuo pensar que os dados podem ser usados para melhores ofertas. Para Mateus, essa crítica é relevante , mas é preciso acrescentar aí também a importância das pessoas serem donas dos próprios dados. Pois, o entrevistado explica que “por mais que o banco queira, ele não consegue conhecer em 100% o seu cliente”. Consequentemente, fica mais difícil oferecer bons produtos. Por isso, é fundamental o Open Banking!

Mas o que é Open Banking, afinal? Mateus explica: “o Open Banking cria um sistema em que o banco e instituições vão transitar as informações do cliente entre elas, sempre com o consentimento do próprio cliente”. Com isso, é possível ter uma melhor visibilidade da vida financeira do cliente, pois o Open Banking facilita a movimentação de dados cadastrais dessas pessoas.

Em relação à história do Guiabolso, Mateus conta o porquê da empresa ter nascido como uma Edgetech e se transformado em uma Fintech. O Head de Growth conta que os fundadores da empresa, Benjamin Gleason e Thiago Alvarez, tinham uma ideia inicial de transformar a companhia em uma consultoria financeira, uma vez que eles descobriram que a população carece de educação financeira. Por outro lado, Thiago e Benjamin também notaram que as pessoas superestimavam a sua renda em mais de 20%, e seus gastos em mais de 10%.

Com isso, seria difícil ser uma consultora, já que é difícil ajudar nesse sentido sem saber a vida financeira real de uma pessoa. E, assim, o Guiabolso reparou que visibilidade nesses casos era importante, e que para isso, precisaria dos dados e informações do cliente, organizando as suas finanças. Mateus também revelou que essa atitude gerou desconforto em alguns bancos, que não queriam que os dados de seus clientes fossem concedidos à empresa.

Porém, hoje a empresa tem o suporte do próprio Banco Central, que vem se envolvendo no projeto de Open Banking. Para Mateus, esse é um ponto no qual o BC deve ser valorizado, já que desde o ano passado, a instituição vem buscando formas de melhorar o sistema financeiro, como no caso do Pix. E Mateus complementa, ressaltando a importância das pessoas de tecnologia nesse processo: “é a turma de tecnologia que vai guiar as empresas, pois precisaremos pensar no usuário e no cliente”.

E como as empresas poderão se beneficiar com o Open Banking? Segundo Mateus, além daquelas que vão participar como usuárias, somente as reguladas pelo Banco Central poderão participar desse projeto, usufruindo do Open Banking para o seu negócio. De qualquer forma, graças à regulamentação do Open Banking no final de 2019, o mercado B2B desse segmento é cada vez mais forte. E ele dá um exemplo do próprio Guiabolso: uma imobiliária on-line, que utiliza os dados fornecidos para realizar análise de crédito. E o entrevistado acrescenta como benefício: “para o cliente, uma análise que demorava 5 dias úteis para ser feita, hoje demora apenas 1”. Mateus também explica que a própria imobiliária também se beneficia, uma vez que agora é possível utilizar machine learning para esse processo.

Assim, o Open Banking consegue mudar o pensamento geral do mercado de crédito, que se baseia no comportamento ruim das pessoas, trazendo uma dimensão mais real do perfil pagador de cada usuário.

O Head de Growth também aborda como o Guiabolso é uma empresa Data-Driven, que se pauta intensamente em dados. “São os dados que nos ajudam a tomar as decisões de negócio”, diz ele, contando que a companhia também depende demais da tecnologia.

Ainda sobre o Guiabolso, Mateus fala um pouco sobre os produtos que a empresa, através do Open Banking, oferece. Ele conta que, para pessoas físicas, o foco deve estar na organização financeira, e a partir disso, em uma curadoria de produtos financeiros e não financeiros. E destaca novamente o fato da empresa ser data-driven: “nós usamos a ciência de dados para dar match entre pessoas e produtos”. Ele também destaca um serviço de pagamento que a empresa oferece, e nesse caso, o benefício é de fazer tudo diretamente pelo aplicativo onde ela já gerencia as suas finanças.

Já para PJ, uma das ofertas é o Guiabolso Connect – uma seleção de onboarding e interação dos dados bancários para empresas dentro de sua própria plataforma. O Guiabolso Trends oferece inteligência de mercado para empresas, vendo tendências a partir da base de dados de mais de 6 milhões de usuários que a fintech possui. Ele também ressalta que esse consentimento e manuseamento dos dados é feito sempre respeitando a LGPD. E por fim, ele também fala sobre o Guiabolso MaaS, um produto em que empresas conseguem a esteira de produtos financeiros do Guiabolso para conectar diretamente em seus sites.

Mateus também foi perguntado sobre o consentimento dos dados e o possível aproveitamento das empresas, que podem não oferecer produtos se isso não ocorrer. Para o Head de Growth, esse é um grande desafio que o mercado deve ter, e que mais do que nunca, as empresas deverão comunicar o porquê querem aqueles dados. “O grande desafio é ter clareza e transparência com o cliente”, diz Mateus. Ele também alerta o quanto as organizações precisam ter mais cuidado com dados, visto que atualmente esse é o maior ativo para as pessoas.

Por fim, Mateus Brum conta as perspectivas para a empresa e para o mercado do Open Banking. Para ele, a tecnologia de dados estará debruçada nesse projeto. E completa: “no próximo ano terão muitos hackathons, muita tecnologia para entregar o Open Banking.”

Ouça a entrevista na íntegra!

Por Adriano Martins Antonio

A BRQ é uma das patrocinadoras do podcast The Walking Tech.

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